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Coluna

Crispiniano Neto: O RN só será grande quando incluir os pequenos

Confira a coluna de Crispiniano Neto desta sexta 01
Crispiniano Neto
01/03/2024 | 08:43

Duas décadas atrás, já nos preocupava a situação de pobreza em que vivia o povo potiguar, em meio às generosas riquezas naturais do nosso Estado.

Éramos os mais pobres da região mais pobre de um País de pobres num subcontinente empobrecido e dependente.

Crispiniano Neto. Foto: Reprodução
Crispiniano Neto. Foto: Reprodução

O Oeste, região mais dotada de riquezas naturais tinha um índice de pobreza mais elevado que as demais regiões, mesmo com a maioria dos dez principais produtos do nosso PIB: Petróleo, Sal, Frutas, Camarão, derivados do calcáreo, Cerâmica e castanha de caju. Nos últimos tempos a carcinicultura arrefeceu, mas cresceu pujantemente a produção de energias renováveis.

Noutras regiões, contamos com turismo, polo sucroalcooleiro, mineração e a indústria mais concentrada na região metropolitana;

Hoje temos um rendimento domiciliar de R$ 1.235,00 acima da região Nordeste, que é de R$ 1.011,00 e abaixo da média nacional, de R$ 1.586,00.

Temos mais de 40% da população em grave estado de pobreza, enquanto 1.570 potiguares são super ricos, com rendimento mensal de 215.663 mil entre os 153.666 que fazem parte dos 0,1% dos mais ricos do país.

O problema potiguar, como o brasileiro, não é de produção de riquezas, mas da divisão delas.
Um alento. O RN ultimamente tem gerado empregos num ritmo maior que o resto do País.

Claro que, no regime capitalista não se vai conseguir tomar nada dos ricos para dar aos pobres, mas é possível investir um pouco mais nos segmentos de renda mais baixa.

Ninguém, em são consciência, propõe que o Estado deixe de subsidiar geradores de emprego e que bancos públicos deixem de apoiar grandes empreendimentos. Eles são necessários para compor o topo da cadeia econômica, mas é preciso focar nos pequenos empreendimentos, na agregação de valor e no estímulo à produção dos pequenos que, em grande quantidade, acabam formando uma fatia significativa dentro da economia.

O RN tem 22 mil famílias em assentamentos rurais, mais de mil em projetos de colonização, tem seis mil hectares irrigados ou irrigáveis em perímetros molhados. Além dos pequenos irrigantes de Baraúna, das margens dos rios e açudes, a maioria vivendo precariamente, sem condições de investimento, política de crédito adequada e assistência técnica, sem insumos a preços compatíveis, como ocorre com a energia.

Produzem no máximo 10% do que poderiam e não existe política de beneficiamento dos produtos para agregação de valor e melhoria de renda das famílias. Enfim, quando um dia, o Rio Grande do Norte transformar os seus pequenos em empreendedores minimamente eficientes, nosso Estado será uma potência, em qualidade de vida.