12/01/2021 | 07:21
EPONÍMIA
É o aspecto da lexicologia que ocorre quando algumas personalidades históricas ou mesmo lendárias emprestam o nome a objeto, lugar, época, dinastia ou qualquer outro item que designe uma homenagem.
JANEIRO
A utilização de epônimos não é recente, conforme se percebe na criação de alguns meses do ano. Janeiro, por exemplo, foi criado em virtude do deus Janus, protetor das portas e entradas de uma casa ou cidade. Janela vem de “janua”, palavra latina com o sentido de entrada principal de uma casa particular; março origina-se de Martius, o deus da guerra, segundo a mitologia romana; maio é dedicado a Maia, deusa casada com Vulcano; junho advém de Juno, deusa venerada pelas mulheres, esposa de Zeus, o deus dos deuses; julho refere-se ao imperador Júlio César, que recebeu a homenagem dos romanos após sua morte; agosto foi o nome da do em honra a Otávio Augusto, filho adotivo e herdeiro de Júlio César.
LARÁPIO
Alguns nomes se caracterizaram pelo lado negativo. Um magistrado romano chamado Lucius Antonio Rufus Appius emitia sentenças favoráveis a quem pagasse e, em seus documentos, assinava L.A.R. Appius. Isso originou o termo latino “larappius”, que passou a designar ladrões e corruptos e, mais tarde, foi aportuguesado para larápio.
PINEL
O termo pinel, gíria para pessoa com distúrbios mentais, advém do médico francês Phillipe Pinel (1745 – 1826), que libertava loucos presos em correntes.
GUILHOTINA
O médico francês Joseph-Ignace Guillotin (1738 – 1814) criou a guilhotina, para amenizar o sofrimento da vítima que sofria quando a pena de morte culminava num enforcamento ou numa decapitação com machado, métodos poucos produtivos num primeiro momento, o que estendia a agonia do réu. O curioso é que, graças à rapidez do ato, a multidão presente na inauguração não considerou o método divertido e até solicitou a volta do enforcamento ao rol das condenações.
BRAILE
Grandes benefícios para a humanidade receberam o nome de pessoas ligadas a eles. Um desses itens é o sistema de escrita para deficientes visuais, denominado “braile” em homenagem a seu criador, o professor francês Louis Braille (1809-1852). Mesmo tendo perdido a visão quando criança, ele completou os estudos numa escola para cegos em Paris e tornou-se professor. Diante da dificuldade enfrentada, resolveu criar um sistema de escrita com pontos sobre as letras, o que facilitou a vida dos deficientes visuais em relação à leitura e ao conhecimento.
ALZHEIMER
Algumas patologias foram nomeadas pelos seus descobridores ou apenas para facilitar a memorização dos efeitos que elas desenvolvem. Uma delas é o mal de Alzheimer, que foi registrado dessa forma por lembrar o primeiro médico que reconheceu a patologia, Aloysius Alzheimer (1864 – 1915), durante um congresso apresentado na Alemanha nove anos antes de sua morte.