PREÇO, QUANTIDADE, MEDIDA, PORÇÃO
O aumento do preço do combustível nos traz uma importante reflexão a respeito da concordância. Quando o sujeito está representado por palavras ou expressões indicadoras de preço, quantidade, medida e porção, o verbo “ser” fica no singular: Cinco folhas por R$ 3,00 é barato;; Dois salários é pouco; Dezesseis horas diárias é muito; Vinte quilos será demais; Dois terços do combinado é R$ 60,00; Trinta por cento de vinte é seis.
E POR FALAR EM CONCORDÂNCIA…
Quando o sujeito composto terminar por um pronome indefinido resumidor (tudo, nada, ninguém, alguém, cada um, cada qual), o verbo ficará no singular: A casa, os móveis, o jardim, tudo estava depredado; A doença, os escassos recursos, o cansaço, nada o impediu de viajar; Familiares, vizinhos, colegas de turma, ninguém deixou de se lembrar do aniversário.
MAIS DE UM
Outro caso curioso, que foge à lógica, é o da expressão “mais de um”: o verbo deve ficar no singular se não houver ideia de reciprocidade: “Mais de um aluno conseguiu refazer a prova”; “Mais de um deputado apoiou o projeto”. Se a expressão mais de um estiver repetida, ou se for usada para indicar reciprocidade, o verbo irá para o plural: “Mais de um assessor, mais de um auxiliar foram beneficiados com a medida adotada”; “Mais de um vizinho cumprimentaram-se”; “Mais de um jogador agrediram-se”.
É ou não é estranho?
MENOS DE DOIS
Eis outra contrariedade à lógica: a expressão “menos de dois” leva o verbo para o plural. Dessa forma, devemos escrever “Menos de dois dias são necessários para concluir a análise”; “Sobraram menos de dois concorrentes após a primeira rodada”.