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Opinião

Como evitar crises políticas; leia opinião de Ney Lopes

No presidencialismo brasileiro, presidentes tornam-se reféns do Parlamento e têm que “cooptar” Congresso para não serem cassados
Ney Lopes
09/11/2023 | 05:00

Portugal atravessa crise política. O primeiro ministro António Costa apresentou a demissão, após quase oito anos no cargo. Ele se diz inocente, mas está sendo acusado de ilegalidades na exploração de lítio e produção de hidrogênio verde. De acordo com as regras do parlamentarismo português, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Souza, aceitou a demissão de António Costa e convocou os partidos para uma reunião, na qual a maioria já manifestou ser favorável a novas eleições legislativas.

Menos de oito horas do início da investigação, o primeiro ministro já se afastava do cargo. Em tal situação, o Presidente tem a prerrogativa de convocar eleições antecipadas e dissolver o Parlamento. O fato demonstra a vantagem do regime parlamentarista, na solução rápida de crises políticas. Neste regime de governo, os representantes eleitos pelo povo são quem decidem sobre os rumos do país. A relação entre Poder Executivo e Poder Legislativo funciona com o primeiro subordinado ao segundo.

Primeiro ministro de Portugal, António Costa, apresentou a demissão após quase oito anos no cargo - Foto: X / Reprodução
Primeiro ministro de Portugal, António Costa, apresentou a demissão após quase oito anos no cargo - Foto: X / Reprodução

No presidencialismo brasileiro, os presidentes tornam-se reféns das exigências do Parlamento. Na prática, a população não responsabiliza os congressistas pelo fracasso ou sucesso do governo. O presidente fica muito fraco e tem que “cooptar” o Congresso para não sofrer o impeachment.

Ganha fôlego em Brasília o debate para substituir o presidencialismo pelo parlamentarismo ou uma espécie de semi- presidencialismo, em que o presidente eleito diretamente divide o governo com o primeiro-ministro, escolhido por ele em acordo com o Congresso. Segundo a Universidade de Oxford, é um regime presente em mais de 50 países, entre eles Portugal, França e boa parte das nações do Leste Europeu. Seria uma forma de diminuir a instabilidade crônica que o Brasil vive há muito tempo.

Este regime varia em diferentes países, a depender da forma como é distribuído o poder entre presidente e primeiro-ministro e as regras para formação e funcionamento do governo. Os partidos políticos teriam maior coerência, celebrando contrato de coalizão, com base em pontos básicos do programa de governo a ser cumprido pelo Primeiro-Ministro, que vier a ser indicado. A população assistiria às claras as negociações para formação de maioria.

A mudança é defendida hoje pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, e pelos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes e Luís Roberto Barroso. No modelo predominante, o primeiro-ministro (de preferência um parlamentar) indica quem serão os ministros do governo e, junto com essa equipe, é o responsável pela gestão da máquina pública.

A implantação do regime parlamentarista depende de uma alteração da Constituição, com aprovação da ampla maioria do Parlamento (três quintos dos votos de deputados e senadores). Sem dúvida, uma alternativa, para evitar sucessivas crises políticas, favorecendo melhores condições de governabilidade.

*Ney Lopes é jornalista.

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