No plebiscito realizado neste domingo 17, com as urnas quase 100% apuradas, o Chile rejeitou a proposta de uma nova Constituição.
A proposta visava substituir a atual Carta Magna chilena, que remonta à ditadura do general Augusto Pinochet, que governou o país de 1973 a 1990.
Até as 6h20 desta segunda-feira 18, com 99,97% das urnas apuradas, a opção contrária à mudança obteve uma vantagem de 11 pontos percentuais. Segundo dados oficiais, 55,76% votaram contra, enquanto 44,24% escolheram alterar o texto constitucional.
Este é o segundo plebiscito no qual os chilenos recusam alterações na Constituição.
O plebiscito faz parte do processo constituinte iniciado em 2020 após uma onda de protestos contra o alto custo de vida e a desigualdade que abalou o país sul-americano no ano anterior.
O Conselho Constitucional, dominado por forças de direita, foi encarregado de redigir o texto. Uma tentativa anterior de substituir a Constituição, liderada por forças de esquerda e independentes, também fracassou em setembro do ano passado.
A proposta de Constituição foi considerada mais conservadora por alguns analistas do que a da ditadura, focando nos direitos de propriedade privada e impondo regras rígidas sobre imigração e aborto.
No início do processo, os proponentes esperavam que uma nova Constituição promovesse a unidade no Chile, após manifestações em 2019 contra a crescente desigualdade e a precariedade dos serviços públicos.
No entanto, as prioridades mudaram para muitos chilenos devido a uma forte desaceleração econômica, cansaço com o processo constitucional e descontentamento com o aumento da criminalidade.
Antes do plebiscito, o presidente Gabriel Boric afirmou que não pressionaria por uma terceira reformulação, mas consideraria emendar o texto atual.