09/10/2020 | 05:18
Até 2013, o município de Santa Maria, localizado a 60 quilômetros de Natal, só tinha médico no posto de saúde de 15 em 15 dias. Moradores que adoecessem nesse intervalo de tempo precisavam se deslocar até cidades vizinhas, como São Paulo do Potengi, ou mesmo para Natal em busca de atendimento.
A situação era um verdadeiro sacrifício para os pacientes. Não bastasse a condição de saúde, essas pessoas ainda tinham de peregrinar em busca de assistência. Muitas vezes até ambulância faltava na cidade para transportar os doentes. Para idosos e pessoas com doença crônica, a situação era pior ainda.
Ex-prefeita do município, Celina Câmara (MDB) conta que, quando assumiu a gestão, em 2013, revolucionou a saúde municipal. O atendimento, que antes só acontecia semana sim semana não, passou a ser ininterrupto: 24 horas por dia, sete vezes por semana. Foi assim até ela deixar a prefeitura, no fim de 2016.
“Eu prometi em palanque, as pessoas me elegeram e eu cumpri. Coloquei médico 24 horas em Santa Maria, com medicamentos e toda a assistência”, conta ela, em entrevista ao Agora RN.
Quatro anos depois de Celina deixar a prefeitura, contudo, a situação voltou a piorar. Sob o comando do atual prefeito, Pedro Henryque, Santa Maria voltou a não ter médicos todos os dias. “A população está sofrendo demais com essa situação. Quando eu entrei na prefeitura, coloquei médico todos os dias. Quando eu saí, começou tudo de novo”, ela ressalta.
Nas eleições de 2020, a ex-prefeita tenta voltar ao cargo. Candidata a prefeita de Santa Maria, Celina Câmara afirma que deseja um novo mandato para restabelecer a qualidade da saúde municipal. “Este é o maior objetivo. A carência na área da saúde voltou a ser muito grande”, declara.
EDUCAÇÃO
Além da saúde, a candidata diz que, se voltar ao cargo, vai priorizar a educação. Ela critica a gestão atual pelo sucateamento das escolas municipais e pela falta de reajuste nos salários dos educadores.
“Os professores se juntaram para comprar tinta e pintar as escolas porque não tinha investimento da prefeitura. Também há atraso nos pagamentos. Na minha gestão, houve aumento nos quatro anos. Cumpri todos os compromissos com a classe, além do plano de carreira”, afirma a ex-gestora.
Segundo a ex-prefeita, os problemas têm ocorrido por falta de gestão. “Eles alegam dificuldades financeiras, mas no meu tempo eu conseguia pagar todos os compromissos em dia, mesmo com crise econômica. O prefeito é ausente, não vai à cidade. A administração é por conta do secretário de Finanças, que é cunhado do prefeito”, critica.
EMPREGO
Para Celina Câmara, as dificuldades da gestão pública tiraram de Santa Maria investimentos privados importantes, que gerariam emprego e renda para o município. “A população é muito carente. As pessoas dependem da prefeitura. Quem não é servidor tem de se deslocar para Natal, para Parnamirim, por falta de emprego lá no município”, afirma.
A ex-prefeita conta que, se voltar ao cargo a partir de 2021, vai articular a instalação em Santa Maria de uma fábrica de confecções, que, já no primeiro ano, geraria até 40 empregos locais. “Uma fábrica de Ielmo Marinho pretende se instalar em Santa Maria. Já temos o prédio. Vamos ajeitá-lo e dar incentivos fiscais, com redução de impostos, para que a empresa de instale no município e gere empregos”, destaca.
Além disso, a candidata do MDB à Prefeitura de Santa Maria conta que vai dialogar com representantes de empresas geradoras de energia eólica para que outros investimentos sejam feitos em nível local.
“Riachuelo conseguiu investimentos, Caiçara também, Bento Fernandes também. Santa Maria não conseguiu porque não tinha gestor para ir atrás. Na próxima semana, vamos falar com um dos gerentes das empresas eólicas e, se Deus quiser, no próximo ano, vamos conseguir atrair essas empresas para gerar emprego na cidade”, finaliza.