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Estudo técnico
CBPA apresenta plano emergencial de combate ao “Peixe-Leão” no litoral brasileiro
Audiência realizada em Brasília/DF nesta terça 7 expôs a estratégia para captura, controle e monitoramento, plano de comunicação e educação ambiental
Redação
08/11/2023 | 14:59

A Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura (CBPA) esteve nesta terça-feira 7 em Brasília/DF para apresentar um estudo técnico sobre o preocupante avanço do Peixe-Leão no litoral brasileiro. O presidente da CBPA, Abraão Lincoln, apresentou o programa emergencial que engloba uma proposta de combate para a captura, controle e monitoramento, plano de comunicação e educação ambiental do Peixe-Leão nas praias do Brasil.

A audiência contou com a presença do ministro da Pesca e Aquicultura, André de Paula, bem como de pesquisadores e representantes de áreas ligadas ao setor da pesca. Segundo estudos, os peixes têm sido encontrados nos estados do Amapá, Pará, Maranhão, Piauí, Ceará, Paraíba, Rio Grande do Norte e Pernambuco.

As ações, com foco na região litorânea, têm como objetivo engajar pescadores artesanais e populações locais na captura da espécie e futura inserção do peixe-leão em uma cadeia produtiva, além de prevenir acidentes com os espinhos do peixe, que liberam toxinas venenosas causadoras de lesões dolorosas.

“A nossa proposta é conduzir um processo de força-tarefa entre entidades não-governamentais e o Governo Federal. Essa atuação em todo o Brasil é para tentar coibir a ação predatória desse peixe, que vem enfraquecendo a nossa pesca artesanal e prejudicando todas as famílias que vivem dessa atividade”, explicou Abraão Lincoln.

De origem do oceano Indo-Pacífico, o peixe-leão (Pterois volitans) possui uma rápida reprodução e está causando apreensão junto aos pecadores. Além de competir com espécies nativas por alimento e habitat, não possui predadores naturais, de acordo com os pesquisadores. A espécie foi encontrada pela primeira vez no Brasil em 2014, em um episódio isolado, mas desde 2020 os registros passaram a ser recorrentes, tornando-se uma ameaça ambiental e socioeconômica.

Eliseu Brito, vice-presidente nacional da Federação dos Engenheiros de Pesca, explica que a espécie vem sendo encontrada em diversas regiões do litoral potiguar, como nas praias de Ponta Negra, em Natal, e Maracajaú, em Maxaranguape.

“Aqui no RN, algumas espécies já foram encontradas em áreas com corais, por se tratarem de regiões com maior disponibilidade para esses animais, já que eles comem outros peixes do mesmo tamanho, camarões e até lagostas. Como não existe um predador natural, esse crescimento preocupa toda a atividade da pesca. Por isso, é importante que esse plano emergencial possa ser iniciado com a necessidade de equipes qualificadas e investimento para uma linha de educação ambiental”, ressaltou.

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