20/01/2021 | 07:58
A relação da cantora natalense Bruna Hetzel com o jazz e a música popular brasileira não vem só do sobrenome ilustre. A neta do pianista e maestro Waldemar Ernesto Hetzel trilha uma carreira reconhecida como intérprete do jazz, seja em grupos como a Sesi Big Band ou em apresentações solo, ao lado de músicos e intérpretes consagrados na cena local, nacional e internacional, como Sergio Farias, Joca Costa, Glorinha Oliveira, Antônio de Pádua, Eduardo Taufic, Khrystal, Liz Rosa, Taryn Szpilman, Mark Rapp, Ed Motta e Ivan Lins.
Também faz algum tempo que Bruna Hetzel se dedica a compor, e o resultado de toda essa experiência está no álbum “Canto Azul”, seu primeiro disco de carreira.
Com direção musical do arranjador e produtor Eduardo Taufic, “Canto Azul” está na fase final das gravações e deve ficar pronto ainda no mês de janeiro. A data de lançamento do disco deve ser revelada em breve no Instagram da artista (@brunahetzel). O projeto foi aprovado na chamada pública da Lei Aldir Blanc, pelo município de Natal e paralelamente a artista conseguiu fechar o financiamento coletivo no site Benfeitoria.
Os recursos se complementam para a ampliação do projeto, que contará com álbum virtual, lançamento de videoclipe e single, também com apoio da LAB via Fundação José Augusto. A produção executiva é de Luciano Prates.
Ancorada na tradição poética da MPB e em uma forte influência do jazz, Bruna Hetzel encontra simbiose no trabalho de seu produtor musical. “Tenho a alegria de contar com as harmonias e arranjos elaborados pelo renomado instrumentista, compositor e arranjador Eduardo Taufic”, ressaltou.
Além de Taufic na direção musical, arranjos, piano/Rhodes, a banda que está em estúdio conta com Roberto Taufic (violão/guitarra), Daniel Ribeiro (contrabaixo acústico e elétrico), Anderson Mello (bateria), Ramon Gabriel (percussão) e outras participações especiais.
A primeira música de Bruna como compositora é “Canto Azul”, que nomeia o álbum. “O disco sintetiza duas dimensões de minha trajetória, como intérprete e os meus primeiros passos como compositora. Trago autores conterrâneos como Roberto Taufic, João Salinas e Cleudo Freire e nomes consagrados da nossa música procurando músicas mais lado B”, pontuou. A artista compôs letra e melodia de “Canto Azul”, e contou com parceria de Sérgio Farias, autor da harmonia original.
Já “Canto do Mar” ela assina sozinha. Seu lado intérprete teve uma boa garimpagem a quatro mãos como ponto de partida. Bruna e Taufic escolheram pérolas da MPB pouco regravadas, como “Violão” de Sueli Costa e Paulo César Pinheiro. Uma música de Sérgio Santos, André Mehmari e Chico Pinheiro também entrou no repertório.
A única canção mais conhecida é “Azul”, de Djavan, originalmente lançada em 1999 ela chega para dar a “cor” que faltava ao álbum. A porção gringa do disco vem do cantor e compositor Henri Salvador (1917-2008), nome considerado um precursor da gênese da bossa nova brasileira.
Bruna Hetzel se revelou ao cenário potiguar em 2012 com o projeto Influência do jazz, que atualiza o universo poético da MPB em sua convergência com o gênero jazzístico. Além da carreira solo, integrou os vocais da Sesi Big Band, entre 2013 a 2015, participando de grandes concertos e festivais como o Fest Bossa e Jazz. Em 2015, a convite do Fest Bossa & Jazz, lançou o projeto Lady Sings The Blues: Um Tributo a Billie Holiday, homenagem ao centenário da lendária diva do jazz, que obteve excelente repercussão.
As primeiras composições autorais de Bruna foram classificadas em festivais de música autoral, a exemplo do Sonora – Ciclo Internacional de Compositoras (2016), Festival Música Potiguar Brasileira da Rádio Universitária da UFRN (ARPUB) – (2016), e Festival de Inverno da Serra da Meruoca (CE) – (2017).