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Decisão

Brasil fechará fronteiras aéreas para seis países da África a partir de segunda, diz Casa Civil

Decisão afetará passageiros vindos da África do Sul, Botsuana, Eswatini, Lesoto, Namíbia e Zimbábue, no sul do continente africano, e é motivada por nova variante do coronavírus
G1
27/11/2021 | 10:02

O Brasil vai fechar as fronteiras aéreas para passageiros vindos de seis países do Sul da África a partir da próxima segunda-feira (29), informou nesta sexta (26) o ministro chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira.

A informação foi divulgada em uma rede social, e a portaria deve ser publicada em edição extra do “Diário Oficial da União” neste sábado (27). A decisão é motivada pela descoberta de uma nova “variante de preocupação” do coronavírus, chamada de ômicron (veja detalhes mais abaixo).

Movimento de passageiros em aeroportos e rodovias aumenta no feriado
Fronteiras poderão ser fechadas para passageiros que virão do sul da África - Foto: Elza Fiuza / Agência Brasil

A restrição valerá para passageiros vindos de África do Sul, Botsuana, Eswatini, Lesoto, Namíbia e Zimbábue.

De acordo com Ciro Nogueira, a decisão foi tomada em conjunto pela Casa Civil e pelos ministérios de Infraestrutura, Saúde e Justiça e Segurança Pública.

“O Brasil fechará as fronteiras aéreas para seis países da África em virtude da nova variante do coronavírus. Vamos resguardar os brasileiros nessa nova fase da pandemia naquele país. Portaria será publicada amanhã e deverá vigorar a partir de segunda-feira”, disse Nogueira em rede social.

Questionada, a Anvisa informou que só vai se manifestar após a publicação das regras no “Diário Oficial”.

A lista de países incluídos no bloqueio é similar à divulgada pelo governo dos Estados Unidos na tarde desta sexta. A administração do presidente Joe Biden, no entanto, incluiu também os passageiros oriundos de Moçambique e do Malawi.

Variante ômicron

A B.1.1.529, agora chamada de variante ômicron, preocupa pois tem 50 mutações — algo nunca visto antes —, sendo mais de 30 na proteína S (spike) – a “chave” que o vírus usa para entrar nas células e que é o alvo da maioria das vacinas contra a Covid-19.

O virologista Tulio de Oliveira, diretor do Centro para Resposta Epidêmica e Inovação na África do Sul, que anunciou a descoberta da nova variante na quinta-feira (25), afirma que a variante ômicron carrega uma “constelação incomum de mutações” e é “muito diferente” de outros tipos que já circularam

“Esta variante nos surpreendeu, ela deu um grande salto na evolução [e traz] muitas mais mutações do que esperávamos”, afirma Oliveira, que é brasileiro. Mas ainda é cedo para dizer o quão transmissível ou perigosa é a variante — e seu efeito sobre as vacinas já desenvolvidas.

Outros países com restrições

Também nesta sexta, o Canadá proibiu a entrada de viajantes oriundos do sul da África: “Devemos agir rapidamente para proteger os canadenses”, explicou o ministro da Saúde, Jean Yves Duclos em entrevista coletiva.

Na quinta-feira, o Reino Unido restringiu viagens à África do Sul e mais cinco países do continente. Nesta sexta, a Comissão Europeia propôs a suspensão dos voos do sul da África para a União Europeia.

A Alemanha anunciou que não aceitará a entrada de viajantes procedentes da África do Sul e a Itália informou a proibição de entrada em seu território de qualquer pessoa que esteve em 7 nações do sul da África nos últimos 14 dias.

Bolsonaro é contra fechar fronteiras

Em conversa com apoiadores nesta sexta-feira (26), em Brasília, Jair Bolsonaro disse ser contra estabelecer fechamento de fronteiras e aeroportos para barrar a entrada da Covid. Na conversa, não foi citada a variante ômicron – cujo nome, inclusive, só foi oficializado horas depois.

“Você não vedar, rapaz. Você não vai. Não, pera aí, mas que loucura é essa? Que loucura é essa? Quer dizer, fechou aeroporto, vírus não entra? Ah, pelo amor… Já tá aqui dentro, pô”, respondeu Bolsonaro a um apoiador que falou em fechar aeroportos e banir voos vindos “da Europa”.

O presidente também vem se manifestando, nas últimas semanas, contra a ideia de um “passaporte da vacinação” – ou seja, contra exigir certificado de vacina para autorizar a entrada de passageiros vindo do exterior.

Como mostrou o blog do jornalista Valdo Cruz, a ideia é defendida por uma ala do governo e recomendada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas esbarra na oposição do próprio presidente.

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