O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em transmissão em redes sociais neste sábado 23, voltou a criticar a Polícia Federal (PL) e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pelas investigações sobre a tentativa de golpe de Estado em 2022. O ex-presidente e outras 36 pessoas foram indiciados por abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.
A transmissão foi feita pelo Instagram do ex-ministro do Turismo Gilson Machado, enquanto o ex-presidente cortava o cabelo em uma barbearia em São Miguel dos Milagres (AL), em viagem a convite do aliado.
Bolsonaro afirmou que, se o ministro Teori Zavascki, do STF, não tivesse morrido em um acidente aéreo em 2017, a Corte não estaria chancelando decisões como a prisão de extremistas pelos atos do 8 de Janeiro. Questionado por um seguidor, o ex-presidente também ironizou a existência, segundo a PF, de um plano golpista para mantê-lo no poder e que incluiria os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes.
“Uma coisa absurda essa história do golpe. Vai dar golpe com um general da reserva e quatro oficiais superiores? Pelo amor de Deus. Quem estava coordenando isso? Cadê a tropa? Cadê as Forças Armadas? Não fique botando chifre em cabeça de cavalo”, afirmou. “Golpe agora não se dá mais com tanque agora, se dá com táxi. E parece que o sequestro não saiu porque não tinha táxi na hora. É uma piada essa PF do Alexandre de Moraes”, complementou.
Entre os 37 indiciados, 25 são militares das Forças Armadas, entre ativos e na reserva e a maioria com alta patente. Neste cálculo está Bolsonaro, que foi capitão do Exército.
O ex-presidente também disse que as prisões dos quatro militares, durante a Operação Contragolpe, são injustas. “Esses que estão sendo presos injustamente agora, de forma preventiva Não encontra um só respaldo da lei que fala da preventiva para prender esses quatro oficiais”, disse.
Além dos quatro militares, um policial federal também foi preso pela PF na terça-feira (19), suspeitos de envolvimento com o plano de assassinar autoridades. O grupo, de acordo com as investigações, chegou a monitorar a rotina de Moraes e, em 15 de dezembro de 2022, ficaram de prontidão em Brasília com intuito de abordar o ministro para um possível sequestro ou homicídio. A ação foi abortada. A trama consta em conversas interceptadas pela PF.
Com informações do portal Valor Econômico