Se número de bares e restaurantes que encerraram no prejuízo cresceu 5 pontos percentuais no Brasil em agosto em relação ao mesmo período do ano passado, no RN a situação foi ainda pior, segundo pesquisa da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes no estado, que representa hoje mais de 700 estabelecimentos.
“Estamos 10% piores que a média nacional”, conclui Fernando Castro, o Popó, vice-presidente da associação. De acordo com ele, em setembro último, os bares e restaurantes que enceram o mês com prejuízo contábil chegou a 34%.
Em compensação, um fenômeno aconteceu em meio a tantas más notícias: o número de associados à Abrasel local, entre bares e restaurantes, pulou de tímidos 120 durante o auge da pandemia do coronavírus, em 2020, para mais de 700 hoje.
O que explica essa reação foi uma série de medidas tomadas pela associação para se aproximar dos empresários do setor.
Mas houve uma motivação extra, na opinião de Popó: “A pandemia fez com que os donos de bares e restaurantes sentissem a necessidade de se unir em torno da associação que os representasse num momento de extrema dificuldade e incertezas”.
É claro que o dever de casa foi feito, explica.
“Melhoramos radicalmente a forma de nos comunicarmos com os restaurantes e a partir disso fizemos a informação chegar a eles, mostrando que tínhamos muitos produtos pra ajuda-los”.
Ele se refere às taxas de cartão nas negociações junto ao Sicoob, que ele diz ser “muito boas”, tanto as anteriores quanto as atuais. Com essa interiorização, a entidade está hoje em 33 municípios potiguares.
“Essa interiorização trouxe a musculatura de que precisávamos para tocarmos o trabalho com mais consistência”, acrescenta.
E, por fim, o alinhamento com o Sebrae e a Fecomércio, como Popó mesmo diz, “fez a gente enxergar melhor os problemas e criarmos mais soluções”.
Os dados nacionais da pesquisa da Abrasel mostram um grande desafio pela frente: 24% das empresas fecharam as contas no vermelho em agosto último, enquanto 34% tiveram equilíbrio financeiro, e 41%, registraram lucro.
A principal razão apontada para o saldo negativo no caixa dos bares e restaurantes foi a queda das vendas no mês, sinalizada por 82% dos entrevistados. A redução do número de clientes (67%), dívidas (43%) e custo dos insumos (36%).
O levantamento indica também que as empresas mais novas são as que mais operam no vermelho. Das que têm entre 1 e 3 anos, 33% fecharam as contas no vermelho. Das com mais de 10 anos, o percentual cai para 18%. Segundo a pesquisa, outro fator que interfere é o tamanho da empresa.
Dos bares e restaurantes com faturamento de até R$ 1 milhão, 33% encerraram agosto no prejuízo, enquanto 8% dos que têm faturamento acima de R$ 4,8 milhões fecharam o mês dessa forma.
Em relação aos Micro Empreendedores Individuais (MEIs) do segmento de bares e restaurantes, 34% tiveram prejuízo; empresas com faturamento de R$ 360 mil até R$ 1 milhão: 33% tiveram prejuízo; empresas com faturamento acima de R$ 4,8 milhões: 8% tiveram prejuízo.
A pesquisa da Abrasel ouviu 1.979 donos de bares e restaurantes em todo o Brasil de 28 de setembro a 6 e outubro.
A principal razão apontada para o saldo negativo no caixa dos bares e restaurantes foi, primeiro, a queda das vendas no mês, sinalizada por 82% dos entrevistados. Depois, vieram a redução do número de clientes (67%), dívidas (43%) e custo dos insumos (36%) foram as outras causas indicadas por empresários que tiveram prejuízo.