19/01/2022 | 08:52
A Mesa Diretora da Câmara Federal publicou Ato estabelecendo as regras do trabalho remoto, que vai até o dia 25 de fevereiro. O motivo foi o crescimento dos casos de Covid-19. Os deputados federais do Rio Grande do Norte, Benes Leocádio, João Maia, Rafael Motta e Natália Bonavides, ouvidos pela reportagem do AGORA RN nesta terça-feira 18, aprovaram a publicação do Ato por serem favoráveis à volta do trabalho remoto até passar o surto das doenças respiratórias.
Benes Leocádio (Republicanos), deputado com maior votação nas eleições de 2018, afirmou que todas as decisões que visam frear o contágio da Covid-19 e outras doenças respiratórias são benéficas. “Na verdade, tudo que for pensando para evitar contágios de doenças respiratórias é válido. O único inconveniente é que na hora que se deixa de participar presencialmente, fica mais difícil de você defender suas ideias juntos aos seus pares”, disse.
Entretanto, o próprio Benes lembrou que, nos últimos dois anos, os deputados trabalharam remotamente e não houve problemas. “E o momento de fato é para prevenção. Vale ressaltar que com os trabalhos presenciais se abre a Casa para receber visitantes, muitas pessoas circulam pelos ambientes, e o momento atual exige a prevenção, até porque também devemos preservar a saúde dos servidores e colaboradores”, argumentou.
O deputado e presidente estadual do PL, João Maia, também se posicionou a favor da medida. Para ele, o mais importante, neste momento, é a saúde de todos. E destacou a eficiência e produtividade do trabalho remoto. Para o deputado do PL, dá para se produzir bastante trabalhando remotamente. “O trabalho remoto se mostrou muito eficaz e produtivo. Bom esperar para ver como se comportará esse novo surto de Covid-19 e demais doenças respiratórias”, afirmou.
Já o deputado Rafael Motta (PSB), também favorável, evidenciou que outros órgãos poderiam voltar a funcionar no virtual e lembrou dos parlamentares idosos, com comorbidades. “Vejo a decisão com muita naturalidade. A Câmara dos Deputados é uma local com grande circulação de pessoas de todo o Brasil e, por isso mesmo, tem potencial para colaborar com a transmissão do vírus. Há parlamentares idosos, com comorbidades, o que respalda a decisão. Acho inclusive que, em razão do momento, outros órgãos que podem funcionar no virtual terão a mesma postura”, declarou.
A petista Natália Bonavides, segunda maior votação do RN para deputada federal, também se posicionou favorável à medida e frisou que o momento é seguir os protocolos sanitários. “Com o avanço da nova variante da Covid-19 é muito importante que voltemos a seguir medidas de segurança mais rígidas para evitar o contágio, como o trabalho remoto por exemplo para quem tem essa opção. A atenção agora é redobrada, porque com as votações remotas é provável que o governo Bolsonaro tente “passar a boiada”, já que as discussões ficam mais comprometidas”, comentou.
Medida será adotada até o Carnaval para conter avanço da Ômicron
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), informou, nesta segunda-feira 17, que os trabalhos da Casa ocorrerão de forma remota até o Carnaval. A medida foi adotada em razão do avanço da variante Ômicron do coronavírus no País.
“Em atenção à escalada do número de casos de Covid-19, o presente Ato tem como objetivo retomar temporariamente o Sistema de Deliberação Remota (SDR) prioritariamente de modo virtual, evitando a necessidade de deslocamento presencial dos deputados e deputadas até a as dependências da Câmara dos Deputados. Essa medida visa a diminuir a circulação de pessoas nas dependências desta Casa Legislativa, preservando a saúde não só dos parlamentares, mas também dos servidores e dos colaboradores, considerando os efeitos do recrudescimento da pandemia”, diz a justificativa do Ato da Mesa.
O presidente Arthur Lira (PP-AL) já havia anunciado, por meio de suas redes sociais, a volta dos trabalhos da Casa ao sistema remoto até o Carnaval, na primeira semana de março. “Medida necessária até vencermos esta nova onda [da pandemia de Covid-19]”, afirmou Arthur Lira, argumentando que retorno ao trabalho remoto vai ajudar na melhor aplicação dos recursos públicos. “Tarifas aéreas estão altíssimas, e a flexibilidade nas remarcações só acontece quando é do interesse das companhias”, apontou.