23/04/2020 | 00:50
Vivenciamos hoje uma circunstância disruptiva dos padrões conhecidos no ambiente organizacional, com a presença da pandemia da Covid-19 determinando, até impondo, mudanças intensas no exercício dos papéis profissionais praticados.
De modo geral, todas as empresas e organizações decidiram remeter seus colaboradores à circunstância de home office, meio de emergência, sem definir as alterações nas expectativas de desempenho, ou elaborar reposicionamentos, desenvolvimento de novas competências, reformulações e instrumentação adequada para habilitação essencial à produção de respostas. Tal foi feito neste momento de intensa transformação, sem preparar o contingente humano para atuar produtivamente numa situação anômala, cheia de implicações e interferências, na produção de respostas profissionais.
As pessoas perderão seus rituais diários, o contato direto com sua rede funcional. De repente, estarão sós e terão que produzir sozinhos, gerindo seu tempo, lidando com distrações intervenientes. Terão que aceitar monitoramento remoto de uma nova forma de liderança e irão ter que aprender novas responsabilidades para programar seu dia de trabalho, tomar decisões, cumprindo horários e iniciativas por sua conta e risco, fazendo resultados.
Um novo modo de liderança é exigível, produzindo numa atuação à distância uma supervisão online sem contato físico entre gestor e colaborador, para a qual é crítica a existência de efetivos padrões de confiança, dedicação, responsabilidade e comprometimento. A ferramenta essencial para a prática dessa nova liderança é a reunião remota de trabalho.
Na nova ordem, é necessário montar e executar reuniões funcionais que transcorram num mínimo período de tempo, obtendo-se a participação ativa e responsável de cada um e de todos. Quanto mais se exige, nas empresas, uma retomada da sua continuidade, mais se amplia o uso das reuniões como efetivas ferramentas para construção coletiva de soluções e decisões.
A liderança remota resolve-se pela eficientização de reuniões de contato online, o que pressupõe a prática de um conjunto de mecanismos e regras que valorizam e condicionam a variável racional e limitam e controlam a variável emocional – ambas sempre presentes no comportamento observável das pessoas.
A participação de todos é objetivamente centrada na questão a ser tratada e resolvida, sendo que todas as perguntas, dúvidas e contribuições se referem diretamente ao item focado pelo supervisor-líder. Em situações assim, o foco da reunião é preservado, os envolvidos-convidados terão que ser pessoas detentoras de real potencial, conhecimentos e habilidades para contribuir construindo percepções, decisões e soluções sobre o que for analisado e discutido.