A vice-prefeita eleita de Natal, Joanna Guerra (Republicanos), criticou a quantidade de desinformação divulgadas durante a disputa do segundo turno. Em entrevista à 98 FM nesta terça-feira 29, ela alegou que a campanha da deputada federal Natália Bonavides (PT) espalhou inverdades e considerou as ações uma tentativa de manipulação política.
“Eu fui surpreendida com situações muito desleais de verdade. Eu fiquei chocada quando, em uma reunião, uma senhora perguntando se era verdade que, se ela não votasse em Natália, ela ia perder o Bolsa-Família. Eu nunca imaginei que isso pudesse acontecer, disseminar tanta mentira nas comunidades para conquistar votos”, afirmou.
A vice-prefeita eleita contrastou as propostas de sua chapa com as da ex-adversária, dizendo que, enquanto ela e Paulinho Freire (União Brasil) visavam reduzir a dependência do poder público com qualificação profissional e oportunidades de emprego, o lado oposto incentivava essa dependência. “O outro lado era muito claro o quanto essa dependência existia dos benefícios”, disse.
Joanna criticou o fato de a deputada alegar ter enviado mais de R$ 20 milhões para Natal, afirmando que as emendas só começaram a ser direcionadas após a pré-candidatura da petista. E afirmou que a parlamentar “não chegou a mandar nem R$ 10 milhões para a cidade de Natal. As emendas dela vieram no final de 2023 e no início desse ano” e que “as emendas passaram a vir como quando ela já estava na condição de pré-candidata”.
“Ela tinha emendas para Natal, para a polícia, institutos, Corpo de Bombeiros, que precisam. Mas dizer que foi para Natal, não foi. Ela alega e eu digo, de forma veemente, que o município não perdeu recurso federal. Inclusive, as emendas que ela diz ter enviado, auxílios de custeio, na saúde e assistência, estão com recursos empenhados. Então, como é que se perdeu emenda se não se cadastrou emenda, se os recursos estão empenhados?”, questionou.
E criticou a divulgação de uma conversa privada entre o prefeito Álvaro Dias (Republicanos) e Natália, considerando a ação uma violação de privacidade que expôs seu número pessoal. “Eu acho que o que mais me chocou na campanha política foi essa situação. Meu celular foi divulgado e até hoje eu recebo o tempo todo ligação”.
“Apelação”. Joanna Guerra afirmou que a campanha de Natália Bonavides fez várias tentativas de apelação, incluindo disseminação de rumores sobre agressão a um deficiente visual e uso de carros para criar uma imagem de mobilização massiva. Segundo ela, houve muita tentativa de “apelação” nos momentos finais da campanha, para “gerar fatos novos”.
“Uma situação de um deficiente visual que foi agredido por alguém da gente, jamais. E eu achei que o Paulinho foi muito feliz quando no último debate disse que repudiava e que não precisava do voto dessas pessoas que tivessem atitudes violentas porque a política sempre tem que ser construída de forma propositiva”, ressaltou.
“Retaliação”. A vice-prefeita eleita mencionou dificuldade de acesso a recursos federais durante o governo Lula (PT), que, segundo ela, prejudicou o andamento de obras como a reurbanização da Lagoa de Santarém e o Hospital Municipal. “Não recebemos nada durante o período eleitoral, o que, querendo ou não, retarda o andamento da obra”.
Joanna criticou a ausência da ministra da Saúde, Nísia Trindade e do presidente Lula durante a campanha em visitas a obras importantes em Natal, sugerindo uma falta de apoio. “Muito estranho a gente ter aqui uma ministra, o presidente, e não ter visita deles lá.”
E criticou o governo estadual pela demora na conclusão da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Jaguaribe, fundamental para o saneamento básico da Zona Norte. “A gente precisa que essa obra seja concluída, porque hoje só 4% da Zona Norte é saneada”, finalizou Joanna Guerra.