Retornar para o Brasil é o principal desejo dos estudantes potiguares que se encontram em Israel agora.
Os alunos da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa) Francisco das Chagas Barbalho Neto e Roosevelt de Araújo Sales Júnior aguardam, com esperança, o dia em que voltarão a pisar em solo brasileiro.
“A situação ainda é a mesma, solicitamos a repatriação. No momento, não temos previsão de retorno. Apenas aguardando”, disse Francisco das Chagas.
Mesmo com conflitos no país, Chagas não esconde que se preocupa muito com a família e amigos que estão no Brasil. “Pelo fato de estarmos bem, não há sentimentos ruins. Apenas preocupação com a família e amigos que ficam aflitos no Brasil”, concluiu.
Segundo afirmaram em entrevista ao Agora RN atualmente estão em Moshav Hatzeva, ao sul de Israel, próximo à fronteira com a Jordânia, e já solicitaram sua repatriação à embaixada brasileira, a qual recomendou a “não locomoção” pelas cidades da região.
“Aqui onde nós estamos é muito longe dessas cidades onde estão ocorrendo os atentados. Nós estamos bem seguros e temos informações de que está tudo tranquilo aqui na cidade”, disse um dos estudantes.
“Ainda não existe uma previsão de relação à quando será, mas eu espero que seja o mais próximo possível”, afirmou Roosevelt de Araújo.
Apesar de estarem em local seguro, como relatam os estudantes, o desejo de voltar para o RN é o que predomina, no entanto, eles seguem aguardando.
Ufersa fez live com estudantes
Pensando em tranquilizar e explicar a situação dos estudantes em Israel, a reitora da Ufersa, Ludimilla Oliveira, realizou uma live na conta do Instagram da Universidade.
“Fomos surpreendidos. Fiquei preocupada, não tenho dormido bem”, disse a reitora durante a live na rede social.
Ela esclareceu que os alunos estão no país a pouco menos de uma semana e que o objetivo do programa de intercâmbio “é trazer para a Universidade oportunidades dentro do semiárido israelense, pois lá temos tecnologias no que diz respeito à sustentabilidade dos recursos hídricos e também outras áreas de conhecimento”.
Os estudantes puderam entrar na live para relatar como tem sido a rotina na cidade israelense, a qual continua normal, como afirma Francisco das Chagas.
“O chefe da empresa veio nos dar feedback da situação da cidade em relação a segurança. Ele foi do exercito, então também está participando de operações. Tem sido tranquilo, a vida aqui está acontecendo normalmente, foi o que a maioria dos moradores falaram para a gente“, contou ele.
Chagas revelou que apesar dos conflitos no país, tentam aproveitar tudo o que podem do intercâmbio. “Estar aqui como aluno da Ufersa é uma oportunidade ímpar”, completou.
Roosevelt explicou que onde eles estão vivendo durante o intercâmbio é um local seguro. “É similar a um condomínio. Tudo cercado e tem um controle de entrada e saída”.
“Vamos aguardar e pedir a Deus que dê tudo certo”, concluiu ele.
Estudantes foram fazer intercâmbio em Israel
Roosevelt e Chagas foram ao país para realizar um programa de intercâmbio em parceria com uma empresa de biotecnologia. Inicialmente, eles passariam 45 dias no local para realizar um estágio acadêmico e retornar ao Brasil em 16 de novembro.
A missão dos estudantes no programa é contribuir com pesquisas em aquaponia e biotecnologia, incluindo a produção de camarão.
“Passamos pelo intercâmbio em um edital em que foi proposto em uma parceria com a Ufersa e uma empresa sediada em Moshav Hatzeva. Foram duas vagas: uma para graduação e outra para Pós. Eu passei na vaga para graduação e sou aluno de Biotecnologia, e Roosevelt na Pós graduação de Ciência Animal”, esclareceu Chagas.