Quase 75% dos adolescentes americanos revelam sentir-se mais felizes ou tranquilos quando estão longe de seus telefones, conforme aponta um novo relatório do Pew Research Center, centro de pesquisa. Apesar dessas associações positivas, a maioria dos adolescentes não impõe limites ao uso de seus telefones ou redes sociais, conforme indicado pelo estudo divulgado na segunda-feira 11.
O levantamento surge num momento em que legisladores e defensores dos direitos das crianças expressam crescente preocupação com a relação dos adolescentes com seus telefones e redes sociais.

No final do ano passado, vários estados americanos, incluindo Califórnia e Nova York, processaram a Meta, empresa controladora do Instagram e Facebook, por prejudicar os jovens e contribuir para uma crise de saúde mental ao projetar recursos que são viciantes para as crianças.
Em janeiro, os CEOs da Meta, TikTok, X e outras redes sociais compareceram ao Comitê Judiciário do Senado para prestar depoimento sobre os danos causados por suas plataformas aos jovens. Apesar das crescentes preocupações, a maioria dos adolescentes acredita que os smartphones facilitam a criatividade, a busca por hobbies e o desempenho escolar.
Segundo o Pew Research Center, quase todos os adolescentes americanos (95%) têm acesso a um smartphone. A maioria deles afirma que esses dispositivos contribuem significativamente para a busca de hobbies e interesses (69%) e para a criatividade (65%). Cerca de 45% dos entrevistados afirmam que os smartphones melhoraram o desempenho acadêmico.
A pesquisa, conduzida entre 26 de setembro e 23 de outubro de 2023, envolveu 1.453 pares de adolescentes com um dos pais, com uma margem de erro de cerca de 3,2 pontos percentuais. O estudo também revelou que aproximadamente metade dos pais (47%) impõe limites ao tempo de uso do celular pelos adolescentes, enquanto outra parcela similar (48%) não o faz.
Cerca de 38% dos pais e adolescentes admitem que discutem ocasionalmente sobre o tempo gasto no celular, com 10% de cada grupo relatando que essas discussões ocorrem com frequência, sendo os hispânicos os mais propensos a relatar discussões frequentes sobre o uso do telefone. Em relação à supervisão, 64% dos pais de adolescentes de 13 a 14 anos afirmam checar os celulares de seus filhos, em comparação com 41% dos pais de adolescentes de 15 a 17 anos.
Quanto aos impactos sociais, 42% dos adolescentes consideram que os smartphones dificultam o desenvolvimento de habilidades sociais, enquanto 30% acreditam que os facilitam. Além disso, cerca de metade dos pais reconhece passar muito tempo no celular, com os de maior renda e os brancos mais propensos a relatar esse comportamento do que os de menor renda ou os hispânicos e negros.
Com informações de Correio Braziliense