A Polícia Civil do Rio Grande do Norte detalhou nesta segunda-feira 28 os bastidores da operação que resultou na morte de Marcelo Johnny Viana Bastos, conhecido como “Pica-Pau”, de 32 anos, considerado um dos criminosos mais procurados do Nordeste.
Segundo a corporação, Marcelo atirou contra a própria irmã durante a tentativa de negociação com a polícia. A mulher foi levada até o local para tentar convencer o investigado a se entregar, mas foi recebida a tiros.

O cerco ao criminoso começou por volta das 11h do sábado 26, na comunidade Portal do Sol, em Extremoz, na Grande Natal. Policiais da Divisão Especializada em Investigação e Combate ao Crime Organizado (Deicor) cumpriam mandados contra suspeitos de integrar um grupo especializado em ataques a bancos.
Durante a entrada na residência, três criminosos reagiram com fuzis e explosivos. Um deles morreu no início do confronto. Uma mulher que estava na casa também foi baleada e socorrida, mas não resistiu. Marcelo permaneceu escondido e armado, trocando tiros com os policiais por quase 24 horas.
De acordo com a polícia, seis agentes ficaram feridos — quatro policiais civis e dois militares. Nenhum deles corre risco de morte.
As negociações para que o suspeito se rendesse foram conduzidas pelo Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope). Além da irmã, um advogado também participou das tentativas. Marcelo, no entanto, não aceitou se entregar.
“Ele foi irredutível. Atirou contra a própria irmã quando ela tentou se aproximar”, disse o delegado Erick Gomes, da Deicor.
Segundo a Polícia Civil, Marcelo acumulava condenações e mandados por homicídio qualificado, roubo, associação criminosa, uso de explosivos e furto. Também era suspeito da morte da jovem Maria Bruna Assunção, no dia 6 de julho, em Ceará-Mirim, e de envolvimento em um roubo de malotes em um supermercado de Natal em 2023, que terminou com um vigilante morto.
O grupo criminoso mantinha conexões em outros estados do Nordeste, como Pernambuco, onde a polícia também cumpriu diligências no fim do ano passado, especialmente em Cabo de Santo Agostinho.
As investigações continuam sob responsabilidade da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).