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Economia

Número dois do Ministério da Previdência é preso em nova fase de operação da PF sobre fraudes no INSS

Secretário executivo Adroaldo Portal foi alvo da operação Sem Desconto, teve prisão domiciliar decretada e foi afastado do cargo pelo governo federal
Redação
18/12/2025 | 10:40

O secretário-executivo do Ministério da Previdência, Adroaldo Portal, foi preso nesta quinta-feira ,18, durante a nova fase da Operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal (PF) para investigar irregularidades em descontos associativos aplicados a aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Por decisão judicial, ele deverá cumprir prisão domiciliar.

Após a deflagração da operação, o ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, determinou a exoneração de Adroaldo Portal do cargo. Para a função de secretário-executivo foi nomeado o procurador federal Felipe Cavalcante e Silva, que até então atuava como consultor jurídico do ministério.

Adroaldo Portal
Adroaldo Portal, secretário executivo do Ministério da Previdência, foi preso em nova fase da operação da Polícia Federal que investiga fraudes em benefícios do INSS Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados

A ação desta quinta-feira é resultado de investigações conduzidas pela PF em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU). Ao todo, estão sendo cumpridos 52 mandados de busca e apreensão, 16 mandados de prisão preventiva e outras medidas cautelares autorizadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). As diligências ocorrem nos estados de São Paulo, Paraíba, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Minas Gerais, Maranhão e no Distrito Federal.

Segundo a Polícia Federal, a nova fase da operação tem como objetivo aprofundar as apurações sobre crimes como inserção de dados falsos em sistemas oficiais, organização criminosa, estelionato previdenciário e ocultação e dilapidação de patrimônio.

Outros alvos da operação

Além de Adroaldo Portal, estão entre os investigados desta fase o senador Weverton Rocha (PDT-MA), alvo de mandados de busca e apreensão. Também foram presos Romeu Carvalho Antunes, filho de Antônio Carlos Antunes Camilo — conhecido como “Careca do INSS” —, e Éric Fidelis, filho do ex-diretor de Benefícios do INSS, André Fidelis.

Um novo mandado de prisão também foi expedido contra Antônio Carlos Antunes Camilo, que já estava preso desde setembro. Em novembro, a PF havia prendido o ex-presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, além de outras oito pessoas ligadas ao esquema.

Entre investigados de fases anteriores estão ainda André Paulo Félix Fidelis, ex-diretor de Benefícios e Relacionamento com o Cidadão do INSS; Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho, ex-procurador-geral do INSS; a empresária Thaisa Hoffmann; além de dirigentes e empresários ligados à Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer).

Fraudes bilionárias

A primeira fase da Operação Sem Desconto foi deflagrada em abril deste ano e revelou um esquema de descontos não autorizados em aposentadorias e pensões entre 2019 e 2024. De acordo com as investigações, os prejuízos podem chegar a R$ 6,3 bilhões. Com a ação desta quinta-feira, a operação chega à nona fase, acumulando ao menos 18 prisões desde o início das apurações.

Nota do ministério

Em nota oficial, o Ministério da Previdência Social informou que determinou a exoneração de Adroaldo Portal após tomar conhecimento das acusações reveladas pela operação e reafirmou que a pasta e o INSS seguirão colaborando com as investigações e atuando para recuperar os recursos desviados.

A defesa de Adroaldo Portal ainda não se manifestou. O espaço segue aberto para posicionamento.

*Com informações do G1