

Um dia depois
O mundo livre respira mais aliviado, com a posse ontem, 20, de Joe Biden. Não se trata de exaltação. Apenas, a tranquilidade de que não continuarão os arroubos inconsequentes da era Trump, um “ex” próximo da insanidade mental. Os EEUU deram prova da solidez de sua democracia. Agora, resta saber se Biden será o velho decrépito e sonolento, acusado por Trump. Tudo indica, que não.
Você sabia?
1. Joe Biden após 50 anos de persistência, chegou a Casa Branca. Derrotas e perdas na sua vida pareciam indicar que esse seria um objetivo impossível.
2. Porém, ele seguiu a frase que cunhou: “Nós, os irlandeses, somos as únicas pessoas no mundo nostálgicas do futuro. Nunca deixei de ser um sonhador. Nunca deixei de acreditar nas possibilidades”.
3. “Gago” passou a infância enfrentando os “valentões” da escola, que o humilhavam. Curou-se na idade adulta, ao recitar poesias, na frente de um espelho.
4. Humano e em campanha (fevereiro de 2020), ouviu a súplica do pai de Brayden Harrington (13 anos), que lhe falou dos problemas de gagueira do filho. Encostou o rosto no garoto envergonhado e disse: “você vai superar. Sei que há valentões no colégio que zombam de você, mas isso mudará”. Em agosto, o menino Brayden saudou Biden na Convenção Democrata.
5. Quando era ainda adolescente, a mãe de sua então namorada (Neilia, sua primeira esposa) perguntou sobre o seu futuro. Ele respondeu: ser presidente dos Estados Unidos.
6. A primeira campanha de Biden ao Senado foi em 1972. Tornou-se um dos senadores mais jovens da história do país (29 anos).
7. Poucas semanas após ser eleito, a família de Biden sofreu tragédia. Nas vésperas do Natal, dentro de um carro acidentado, estavam seus filhos, Beau, Hunter e Naomi, e sua mulher, Neilia. Morreram Neilia e Naomi. Os filhos sobreviveram. Em 2015, Biden perdeu o filho Beau com câncer no cérebro.
8. Após o acidente de 1972, Biden pensou em renunciar, mas fez o juramento de Senador no hospital, ao lado da cama de um dos filhos. Durante anos, diariamente fazia de trem o trecho entre sua cidade e Washington, para dar assistência aos filhos.
9. Anos depois, casou com a professora divorciada, Jill Jacobs. Biden sempre dizia que seus filhos Beau e Hunter tinham duas mães, a que morreu e Jill.
10. Tentou candidatar-se a presidência em 1987 e acabou de forma vergonhosa. Em 2008, teve 1% dos votos na pré-convenção, diante de opositores poderosos: Obama e Hillary.
11. Em 2020 foi tido como “fora do páreo” nas primárias. Reagiu e ganhou a eleição. Trump acusou o seu filho Hunter de viciado em “drogas”. Sereno, ele respondeu: “Meu filho, como muita gente que vocês conhecem em suas casas, teve um problema com as drogas, o superou e estou orgulhoso dele.
Futuro de Trump
No adeus- Antes de embarcar para Florida, disse Trump: “nós voltaremos, de um jeito ou de outro ”. Agradeceu aos filhos e familiares próximos que tinham cargos no seu governo. Se fosse no Brasil, responderia CPI por “nepotismo”.
Dívida – Além de 400 milhões de dólares de dívidas há o risco de Trump responder por uma dúzia de crimes federais. Diante da pré falência é possível que ele se dedique a palestras, como fazem ex-presidentes americanos.
Natal – O ex-presidente Bill Clinton tornou-se “chanceler honorário” da “Laureate International”, rede de ensino global, da qual fazia parte a UNP, sediada em nosso estado. Proferiu, inclusive, uma conferência em Natal (2010).
Obama – Em 2017, Barack e Michelle Obama ganharam US$ 65 milhões com um livro. Depois, firmaram contrato com a Netflix para produção de filmes.


Um dia depois
O mundo livre respira mais aliviado, com a posse ontem, 20, de Joe Biden. Não se trata de exaltação. Apenas, a tranquilidade de que não continuarão os arroubos inconsequentes da era Trump, um “ex” próximo da insanidade mental. Os EEUU deram prova da solidez de sua democracia. Agora, resta saber se Biden será o velho decrépito e sonolento, acusado por Trump. Tudo indica, que não.
Você sabia?
1. Joe Biden após 50 anos de persistência, chegou a Casa Branca. Derrotas e perdas na sua vida pareciam indicar que esse seria um objetivo impossível.
2. Porém, ele seguiu a frase que cunhou: “Nós, os irlandeses, somos as únicas pessoas no mundo nostálgicas do futuro. Nunca deixei de ser um sonhador. Nunca deixei de acreditar nas possibilidades”.
3. “Gago” passou a infância enfrentando os “valentões” da escola, que o humilhavam. Curou-se na idade adulta, ao recitar poesias, na frente de um espelho.
4. Humano e em campanha (fevereiro de 2020), ouviu a súplica do pai de Brayden Harrington (13 anos), que lhe falou dos problemas de gagueira do filho. Encostou o rosto no garoto envergonhado e disse: “você vai superar. Sei que há valentões no colégio que zombam de você, mas isso mudará”. Em agosto, o menino Brayden saudou Biden na Convenção Democrata.
5. Quando era ainda adolescente, a mãe de sua então namorada (Neilia, sua primeira esposa) perguntou sobre o seu futuro. Ele respondeu: ser presidente dos Estados Unidos.
6. A primeira campanha de Biden ao Senado foi em 1972. Tornou-se um dos senadores mais jovens da história do país (29 anos).
7. Poucas semanas após ser eleito, a família de Biden sofreu tragédia. Nas vésperas do Natal, dentro de um carro acidentado, estavam seus filhos, Beau, Hunter e Naomi, e sua mulher, Neilia. Morreram Neilia e Naomi. Os filhos sobreviveram. Em 2015, Biden perdeu o filho Beau com câncer no cérebro.
8. Após o acidente de 1972, Biden pensou em renunciar, mas fez o juramento de Senador no hospital, ao lado da cama de um dos filhos. Durante anos, diariamente fazia de trem o trecho entre sua cidade e Washington, para dar assistência aos filhos.
9. Anos depois, casou com a professora divorciada, Jill Jacobs. Biden sempre dizia que seus filhos Beau e Hunter tinham duas mães, a que morreu e Jill.
10. Tentou candidatar-se a presidência em 1987 e acabou de forma vergonhosa. Em 2008, teve 1% dos votos na pré-convenção, diante de opositores poderosos: Obama e Hillary.
11. Em 2020 foi tido como “fora do páreo” nas primárias. Reagiu e ganhou a eleição. Trump acusou o seu filho Hunter de viciado em “drogas”. Sereno, ele respondeu: “Meu filho, como muita gente que vocês conhecem em suas casas, teve um problema com as drogas, o superou e estou orgulhoso dele.
Futuro de Trump
No adeus- Antes de embarcar para Florida, disse Trump: “nós voltaremos, de um jeito ou de outro ”. Agradeceu aos filhos e familiares próximos que tinham cargos no seu governo. Se fosse no Brasil, responderia CPI por “nepotismo”.
Dívida – Além de 400 milhões de dólares de dívidas há o risco de Trump responder por uma dúzia de crimes federais. Diante da pré falência é possível que ele se dedique a palestras, como fazem ex-presidentes americanos.
Natal – O ex-presidente Bill Clinton tornou-se “chanceler honorário” da “Laureate International”, rede de ensino global, da qual fazia parte a UNP, sediada em nosso estado. Proferiu, inclusive, uma conferência em Natal (2010).
Obama – Em 2017, Barack e Michelle Obama ganharam US$ 65 milhões com um livro. Depois, firmaram contrato com a Netflix para produção de filmes.


CABEÇA DO ELEITOR EM 2022
O ano começa e os problemas da pandemia não impedem que as eleições de 2022 sejam a prioridade no debate nacional, todos preocupados com o que “virá” depois. O RN não é exceção. Rápido exercício de futurologia antecipa, que mudará a “cabeça do eleitor”, cuja tendência será afastar-se do “desconhecido” e “aventureiros”. O critério não envolverá exigência da idade biológica (novo ou velho), nem o fato de já ser, ou não detentor de mandatos.
OLHO ABERTO
- As incertezas da pandemia e decepções com os atuais detentores de mandatos despertam no cidadão o instinto da sobrevivência, que é a consciência do futuro depender de suas escolhas pessoais.
- Os prefeitos e lideranças municipais (“colégios eleitorais”) correrão o risco de decepções nas urnas, se não apoiarem candidatos, que atendam as expectativas do eleitor. Para o executivo, aptidões de bom administrador. No legislativo, competência para legislar.
- Quem já tiver vida pública, “prestará contas” do que fez. Quem for “iniciante”, falará a linguagem do realismo, sem pregar ilusões.
- Será “gol” contra, sobretudo nas coligações majoritárias, a companhia na chapa de “nome sujo, ou incapaz”. Signi cará “covid política” e o eleitor rejeitará.
- Uma indagação: será que ainda terão “vez” adesistas de governos, “notoriamente despreparados” e “currículos” já conhecidos, pela incompetência demonstrada no passado?
- A futurologia prevê, que a falta de “credibilidade” e a “experiência” dos candidatos causarão fatais derrotas eleitorais em 2022. O eleitor estará de “olho aberto” e “zebras” podem acontecer.
POSSE DE BIDEN E KAMALA
EEUU– Desde o fatídico 22 de novembro de 1963, quando o presidente John F. Kennedy foi assassinado, ou os ataques de 11 de setembro, não existe tensão tão grande, em torno de evento presidencial, como o da posse de Biden.
Hino- Lady Gaga, a quem Biden chama de “grande amiga”, cantará o hino nacional, durante a cerimônia. Ela, com apenas 35 anos, é cantora, compositora, atriz, produtora musical e empresária.
Presenças- O vice-presidente Mike Pence planeja participar do ato solene, que contará com as presenças dos ex-presidentes Barack Obama, George W. Bush e Bill Clinton.
Cemitério– Biden e os convidados irão ao Cemitério de Arlington para depositar uma coroa de ‑ ores no túmulo do soldado desconhecido e fazer apelo pela união do país.
150 anos – Trump é o primeiro presidente a desprezar a posse de seu sucessor, em mais de 150 anos. Ele nunca parabenizou Biden.
Nero- Do jornalista português Mario Carneiro: “Comparar Trump a Nero seria dar-lhe dignidade imperial. A história há de recordá-lo como musa decrépita dos filmes mudos, que se recusou a aceitar o cinema sonoro. A história não o esquecerá, para não morrer a esperança de que ele nunca se repita”.
BANCO DO BRASIL
A proposta da demissão de pessoal e fechamento de agências do Banco do Brasil tem endereço certo: enfraquecer a instituição, piorar os serviços, dificultar acesso dos clientes e assim reduzir o “preço” na hora da privatização. É o “mercado” trabalhando, em seu próprio benefício, através de “lobbies”.
EEUU
Nada contra as privatizações, mas com critérios. Banco não dá prejuízo (o BB tem lucro). Pode faltar gestão. O BB é instrumento essencial para políticas públicas. Os Estados Unidos, na crise de 2008, ao invés de privatizar a instituição de crédito “Fannie Mae”, criada pelo governo em 1938, injetou 100 bilhões de dólares e manteve o controle federal.


CABEÇA DO ELEITOR EM 2022
O ano começa e os problemas da pandemia não impedem que as eleições de 2022 sejam a prioridade no debate nacional, todos preocupados com o que “virá” depois. O RN não é exceção. Rápido exercício de futurologia antecipa, que mudará a “cabeça do eleitor”, cuja tendência será afastar-se do “desconhecido” e “aventureiros”. O critério não envolverá exigência da idade biológica (novo ou velho), nem o fato de já ser, ou não detentor de mandatos.
OLHO ABERTO
- As incertezas da pandemia e decepções com os atuais detentores de mandatos despertam no cidadão o instinto da sobrevivência, que é a consciência do futuro depender de suas escolhas pessoais.
- Os prefeitos e lideranças municipais (“colégios eleitorais”) correrão o risco de decepções nas urnas, se não apoiarem candidatos, que atendam as expectativas do eleitor. Para o executivo, aptidões de bom administrador. No legislativo, competência para legislar.
- Quem já tiver vida pública, “prestará contas” do que fez. Quem for “iniciante”, falará a linguagem do realismo, sem pregar ilusões.
- Será “gol” contra, sobretudo nas coligações majoritárias, a companhia na chapa de “nome sujo, ou incapaz”. Signi cará “covid política” e o eleitor rejeitará.
- Uma indagação: será que ainda terão “vez” adesistas de governos, “notoriamente despreparados” e “currículos” já conhecidos, pela incompetência demonstrada no passado?
- A futurologia prevê, que a falta de “credibilidade” e a “experiência” dos candidatos causarão fatais derrotas eleitorais em 2022. O eleitor estará de “olho aberto” e “zebras” podem acontecer.
POSSE DE BIDEN E KAMALA
EEUU– Desde o fatídico 22 de novembro de 1963, quando o presidente John F. Kennedy foi assassinado, ou os ataques de 11 de setembro, não existe tensão tão grande, em torno de evento presidencial, como o da posse de Biden.
Hino- Lady Gaga, a quem Biden chama de “grande amiga”, cantará o hino nacional, durante a cerimônia. Ela, com apenas 35 anos, é cantora, compositora, atriz, produtora musical e empresária.
Presenças- O vice-presidente Mike Pence planeja participar do ato solene, que contará com as presenças dos ex-presidentes Barack Obama, George W. Bush e Bill Clinton.
Cemitério– Biden e os convidados irão ao Cemitério de Arlington para depositar uma coroa de ‑ ores no túmulo do soldado desconhecido e fazer apelo pela união do país.
150 anos – Trump é o primeiro presidente a desprezar a posse de seu sucessor, em mais de 150 anos. Ele nunca parabenizou Biden.
Nero- Do jornalista português Mario Carneiro: “Comparar Trump a Nero seria dar-lhe dignidade imperial. A história há de recordá-lo como musa decrépita dos filmes mudos, que se recusou a aceitar o cinema sonoro. A história não o esquecerá, para não morrer a esperança de que ele nunca se repita”.
BANCO DO BRASIL
A proposta da demissão de pessoal e fechamento de agências do Banco do Brasil tem endereço certo: enfraquecer a instituição, piorar os serviços, dificultar acesso dos clientes e assim reduzir o “preço” na hora da privatização. É o “mercado” trabalhando, em seu próprio benefício, através de “lobbies”.
EEUU
Nada contra as privatizações, mas com critérios. Banco não dá prejuízo (o BB tem lucro). Pode faltar gestão. O BB é instrumento essencial para políticas públicas. Os Estados Unidos, na crise de 2008, ao invés de privatizar a instituição de crédito “Fannie Mae”, criada pelo governo em 1938, injetou 100 bilhões de dólares e manteve o controle federal.


Ford e o “hábito do cachimbo”
“Faltou à Ford dizer a verdade: querem subsídios” – declarou o presidente Bolsonaro sobre a saída da Ford do Brasil. O vice-presidente Mourão também desabafou: “a empresa ganhou muito dinheiro no país, recebeu bilhões de benefícios e poderia ter esperado um pouco mais”. O episódio traz a debate a necessidade de regulamentação urgente das concessões de benefícios fiscais. Terá que ser uma “rua de mão dupla”. E não como é hoje: “o lucro da empresa; o prejuízo do governo”. Isso acontece, pelo “uso do cachimbo entortar a boca”. Há empresas com hábito de subsídios. Sabe-se que a indústria automobilística brasileira tem incentivos, que não existem no mundo inteiro. Certamente, tal fato fez com que a Ford não largasse o hábito do “cachimbo” dos favores estatais. Que capitalismo é este? Nunca se diga, que a culpa é do governo federal.
Olho aberto
- Fala-se dos “abusos dos marajás” do serviço público, que existem e precisam ser contidos. Chega a hora de falar no “abuso dos marajás da economia”, que se locupletam e ganham lucros milionários com dádivas do governo, sem controle e sem fiscalização.
- Do “dia para noite”, em nome do livre mercado, decidem “fechar” suas fabricas e deixam milhares de trabalhadores desempregados. Não se nega a liberdade econômica. Mas, quem se beneficia de renúncia fiscal deve, no mínimo, explicações à sociedade, que paga impostos integralmente.
- A Ford, montadora norte-americana, atuando no país há 103 anos, recebeu, ao longo das últimas décadas, pelo menos R$ 20 bilhões de incentivos fiscais, de acordo com a Receita Federal.
Exemplo
Uma das fábricas fechadas é a de Camaçari (BA). Em 1999, o presidente FHC editou MP, que concedeu a Ford incentivos fiscais do regime especial de tributação que previa reduções de até 100% no Imposto de Importação, além de isenção de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) na aquisição de bens de capital e do Imposto de Renda sobre o lucro.
Mais incentivos
Ganhou ainda incentivos do governo baiano e do município de Camaçari. Também usufruiu mais de R$ 5 bilhões do BNDES à época, além do Finame (Financiamento de Máquinas e Equipamentos), com juros negativos.
Ainda mais
Não ficou por aí. Continuou a “cascata” de “ajudas” à Ford. Beneficiou-se do programa automotivo do governo federal “Inovar-Auto”, ampliado em 2018, pelo programa “Rota 2030” (Decreto nº 9.557/2018), que garantiu descontos em impostos para montadoras, no valor de 1.5 bilhões ao ano. Os benefícios são usufruídos também pelas empresas de autopeças.
Dilma
Além disso, a presidente Dilma desonerou a folha de pagamento da empresa (e das industrias em geral), reduzindo a contribuição ao INSS de 20% para 1% a 2%.
Argumento
A verdade é que a Ford recebeu do governo bilhões de dólares de incentivos, durante 103 anos e agora alega carga tributária elevada e vai produzir na Argentina. Terá quitado o empréstimo em condições vantajosas recebido do BNDES?
Importados
Os veículos da Ford vendidos no Brasil, de agora em diante serão importados da Argentina, Uruguai e outras regiões fora da América do Sul. O MERCOSUL garante isenção de impostos. Assim que os estoques forem esgotados, não serão mais comercializados a EcoSport, Ka e Troller T4.
Talvez
A causa dessa “debandada” talvez seja a Ford não conseguir acompanhar a transformação da indústria automobilística, após o surgimento do carro elétrico. A Ford teme em demasia os concorrentes asiáticos e europeus.


Ford e o “hábito do cachimbo”
“Faltou à Ford dizer a verdade: querem subsídios” – declarou o presidente Bolsonaro sobre a saída da Ford do Brasil. O vice-presidente Mourão também desabafou: “a empresa ganhou muito dinheiro no país, recebeu bilhões de benefícios e poderia ter esperado um pouco mais”. O episódio traz a debate a necessidade de regulamentação urgente das concessões de benefícios fiscais. Terá que ser uma “rua de mão dupla”. E não como é hoje: “o lucro da empresa; o prejuízo do governo”. Isso acontece, pelo “uso do cachimbo entortar a boca”. Há empresas com hábito de subsídios. Sabe-se que a indústria automobilística brasileira tem incentivos, que não existem no mundo inteiro. Certamente, tal fato fez com que a Ford não largasse o hábito do “cachimbo” dos favores estatais. Que capitalismo é este? Nunca se diga, que a culpa é do governo federal.
Olho aberto
- Fala-se dos “abusos dos marajás” do serviço público, que existem e precisam ser contidos. Chega a hora de falar no “abuso dos marajás da economia”, que se locupletam e ganham lucros milionários com dádivas do governo, sem controle e sem fiscalização.
- Do “dia para noite”, em nome do livre mercado, decidem “fechar” suas fabricas e deixam milhares de trabalhadores desempregados. Não se nega a liberdade econômica. Mas, quem se beneficia de renúncia fiscal deve, no mínimo, explicações à sociedade, que paga impostos integralmente.
- A Ford, montadora norte-americana, atuando no país há 103 anos, recebeu, ao longo das últimas décadas, pelo menos R$ 20 bilhões de incentivos fiscais, de acordo com a Receita Federal.
Exemplo
Uma das fábricas fechadas é a de Camaçari (BA). Em 1999, o presidente FHC editou MP, que concedeu a Ford incentivos fiscais do regime especial de tributação que previa reduções de até 100% no Imposto de Importação, além de isenção de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) na aquisição de bens de capital e do Imposto de Renda sobre o lucro.
Mais incentivos
Ganhou ainda incentivos do governo baiano e do município de Camaçari. Também usufruiu mais de R$ 5 bilhões do BNDES à época, além do Finame (Financiamento de Máquinas e Equipamentos), com juros negativos.
Ainda mais
Não ficou por aí. Continuou a “cascata” de “ajudas” à Ford. Beneficiou-se do programa automotivo do governo federal “Inovar-Auto”, ampliado em 2018, pelo programa “Rota 2030” (Decreto nº 9.557/2018), que garantiu descontos em impostos para montadoras, no valor de 1.5 bilhões ao ano. Os benefícios são usufruídos também pelas empresas de autopeças.
Dilma
Além disso, a presidente Dilma desonerou a folha de pagamento da empresa (e das industrias em geral), reduzindo a contribuição ao INSS de 20% para 1% a 2%.
Argumento
A verdade é que a Ford recebeu do governo bilhões de dólares de incentivos, durante 103 anos e agora alega carga tributária elevada e vai produzir na Argentina. Terá quitado o empréstimo em condições vantajosas recebido do BNDES?
Importados
Os veículos da Ford vendidos no Brasil, de agora em diante serão importados da Argentina, Uruguai e outras regiões fora da América do Sul. O MERCOSUL garante isenção de impostos. Assim que os estoques forem esgotados, não serão mais comercializados a EcoSport, Ka e Troller T4.
Talvez
A causa dessa “debandada” talvez seja a Ford não conseguir acompanhar a transformação da indústria automobilística, após o surgimento do carro elétrico. A Ford teme em demasia os concorrentes asiáticos e europeus.