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Bastidores
Trump disse a assessores que investigação sobre elo com russos acabaria com sua presidência
Investigação do procurador especial Robert Mueller se torna pública após dois anos e indica situações em que Trump potencialmente cometeu obstrução de Justiça
Agência Estado
18/04/2019 | 17:27

Depois de dois anos de investigação, o relatório do procurador Robert Mueller sobre a possível interferência da Rússia nas eleições americanas de 2016 foi divulgado nesta quinta-feira. Apesar de o presidente Donald Trump comemorar o que considera uma “exoneração completa” da prática de crimes, os detalhes da investigação apontam numerosos contatos entre os assessores do republicano durante a campanha eleitoral e oficiais russos.

Além disso, a análise sobre a possível tentativa de obstrução de Justiça praticada por Trump é mais grave do que o secretário de Justiça, William Barr, havia sugerido até agora. O próprio presidente disse a assessores acreditar que a investigação levaria ao fim de sua presidência.

Mueller afirma no relatório que ele aplicou os padrões legais de que não poderia acusar Trump pelo crime de obstrução, o que não exonera o presidente de ter tentado atrapalhar as investigações, na avaliação de Mueller.

“Se nós tivermos confiança, após uma investigação minuciosa dos fatos, de que o presidente claramente não cometeu obstrução da justiça, nós o declararíamos. Com base nos fatos e padrões legais, não pudemos chegar a esse julgamento”, escreveu o procurador no relatório.

“A evidência que obtivemos sobre as ações e intenções do presidente apresenta questões difíceis que precisariam ser resolvidas se estivéssemos fazendo um julgamento tradicional de promotoria”, escreveu o procurador no relatório.

O relatório aponta que Trump reagiu quando soube que um procurador especial havia sido designado para conduzir as investigações sobre a conspiração com a Rússia. O presidente teria dito aos seus assessores que Jeff Sessions, então Secretário de Justiça dos EUA, deveria ser exonerado. Trump reconheceu as ameaças políticas da investigação, sugeriu que havia conflito de interesse na indicação de Mueller. Os assessores do presidente, então, o informaram que qualquer conflito de interesse já havia sido considerado pelo Departamento de Justiça antes de designar o procurador. O presidente, então, afirmou “Meu Deus. Isso é terrível. É o fim da minha presidência. Estou f…”.

“Imaginem o quão diferente as últimas semanas teriam sido se Barr tivesse citado essa parte do relatório de Mueller assim como as poucas linhas que ele colocou no seu ‘não-resumo’”, escreveu Mimi Rocah, associada da Faculdade de Direito PACE e ex-procuradora de Nova York, no Twitter, sobre a avaliação de Mueller a respeito da obstrução de justiça.

Na carta ao Congresso na qual resumiu as conclusões de Mueller, enviada no último dia 24, Barr indicou que o procurador não havia encontrado evidências suficientes que justificassem processar Trump por obstrução de justiça. Na coletiva de imprensa concedida na manhã desta quinta-feira, cerca de uma hora antes de o relatório ser tornado público, Barr frisou que Trump não havia cometido atos de conspiração com a Rússia e disse que era preciso entender o “contexto” do presidente, que passou por uma “situação sem precedentes” sob escrutínio da imprensa. Ele citou que Trump já havia repetido que não conspirou com os russos e afirmou que a Casa Branca cooperou plenamente com as investigações. Ainda segundo o Secretário de Justiça, Trump teve motivações “não corruptas” em seus atos.

As falas de Barr durante a coletiva a jornalistas despertaram críticas de analistas, que sugerem que ele agiu como advogado de defesa do presidente.“O giro de Barr deixa claro que há muito no relatório editado que pintará Trump de uma forma desfavorável. A esperança/estratégia é que a base de Trump não irá se importar. Provavelmente uma verdade. Se isso é suficiente para 2020 é uma questão em aberto”, escreveu no Twitter o presidente do Eurasia Group, Ian Bremmer. Na avaliação dele, Barr tentou fazer Trump parecer uma vítima, mas o processo de divulgação do relatório de Mueller favorece a democracia representativa no país.

A ausência de Mueller na coletiva de imprensa, junto de Barr, foi minimizada pelo Secretário de Justiça, mas notada por analistas. “As repetições de Barr sobre as falas de Trump a respeito do ‘conluio’ não inspiram confiança no povo em sua independência como Secretário de Justiça”, escreveu no Twitter Barbara McQuade, professora de direito da Universidade Michigan.

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