04/04/2018 | 09:43
A suspeita de atirar contra funcionários na sede do YouTube na terça-feira 3, na Califórnia, foi identificada como Nasim Najafi Aghdam, de 39 anos, moradora de San Diego, segundo um comunicado da polícia de San Bruno, cidade a 20 km de San Francisco. “Neste momento não há evidência de que atiradora conhecesse as vítimas ou que tivesse alguém concreto em sua mira”, afirma o texto.
A imprensa local informou que Nasim era uma produtora de conteúdo vegano, que já havia expressado sua raiva contra a empresa por supostamente ter censurado seus vídeos. “Não há liberdade de expressão no mundo real e você será impedido de dizer a verdade se não tem o apoio do sistema”, escreveu ela em um site, segundo o jornal San Francisco Chronicle. “Não há oportunidade de crescer no YouTube ou em qualquer outro site de compartilhamento de vídeos.”
Nasim possuía canais com vídeos gravados em inglês, farsi e turco. Em fevereiro de 2017, ela fez um vídeo em sua página no Facebook denunciando a plataforma por adotar medidas que reduziram o seu número de visualizações. “Isso é o que eles estão fazendo para enfraquecer ativistas e muitas pessoas que tentam promover uma vida melhor, mais saudável e humana”, disse ela. “Pessoas como eu não são boas para grandes negócios. Por isso, estão nos censurando e nos discriminando.”
Em entrevista à imprensa local, o pai de Nasim, Ismail Aghdam, afirmou que a filha estava “furiosa” com o Youtube após a plataforma reduzir as visualizações de seus vídeos, assim como os pagamentos recebidos pelo conteúdo. Na terça-feira, o Youtube retirou todos os vídeos de Nasim do ar.
A polícia não acredita em outros suspeitos além de Nasim, que provocou cenas de caos ao abrir fogo no campus da empresa que pertence ao Google. O chefe da polícia de San Bruno, Ed Barberini, afirmou que a agressora foi encontrada morta com um “tiro autoinfligido”. Os três feridos pelos disparos dela foram levados para o hospital, assim como outra pessoa que sofreu uma lesão no tornozelo.
Ataques a tiros perpetrados por mulheres são extremamente raros nos EUA, onde a maioria dos atos de violência com armas de fogo é executada por homens. De acordo com um estudo do FBI que analisou 160 incidentes envolvendo um ou mais atiradores em locais públicos entre 2000 e 2013, apenas seis das pessoas que abriram fogo eram mulheres – 3,8% do total. / AFP, AP, EFE e NYT