22/04/2020 | 18:05
Um estudo realizado por uma equipe médica do hospital Pitié Salpêtrière, em Paris, e pelo neurobiólogo Jean-Pierre Changeux, membro da Academia de Ciências da França, mostrou que os fumantes são menos atingidos pelo coronavírus. Pesquisadores trabalham com a hipótese que a nicotina poderia dificultar o contágio.
As informações são do portal UOL. Enquanto cientistas do mundo inteiro travam uma corrida contra o relógio para tentar encontrar um medicamento e uma vacina contra o coronavírus, um grupo de cientistas franceses se dedica a estudar um possível efeito da nicotina contra a doença. A pesquisa foi publicada pela Academia de Ciências da França, após ter observado o comportamento do vírus no organismo dos fumantes e não-fumantes.
O estudo analisou 350 pessoas hospitalizadas e 130 pacientes que desenvolveram sintomas leves do coronavírus – todos testados positivos à doença. Entre eles, apenas 5% eram consumidores regulares de cigarro.
Junto ao neurobiólogo Jean-Pierre Changeux, o professor Zahir Amoura, que dirigiu o estudo hospital Pitié Salpêtrière, trabalha com a hipótese de que algo no cigarro – mais especificamente a nicotina – poderia provocar uma resistência do organismo ao coronavírus. Outra ideia é que essa substância presente no cigarro também poderia atenuar a resposta imunitária excessiva observada nos casos mais graves da doença.
“Há cerca de 80% menos de fumantes entre os contaminados pela Covid-19 do que na população geral, considerando o mesmo sexo e a mesma idade”, explicou Amoura à rádio France Inter.
O cientistas se apoiam em outros dados divulgados pelos hospitais públicos de Paris. Em cerca de 11 mil doentes internados no início de abril, apenas 8,5% eram fumantes. Um número baixo comparado à quantidade de pessoas que consomem tabaco na França: 25,4%.