A produtora cultural Cândida Maria de Araújo Bezerra, conhecida como Candinha Bezerra, faleceu na manhã desta segunda-feira 13) aos 81 anos. Ela era casada com o ex-senador, ex-ministro e ex-presidente da FIERN e da CNI, Fernando Bezerra. Detalhes sobre o velório e o sepultamento ainda não foram divulgados, nem a causa da morte.
Artista plástica, fotógrafa, professora de piano, musicista e compositora, Candinha Bezerra foi uma das personalidades mais atuantes e respeitadas da cena cultural potiguar. Sua trajetória foi marcada pela dedicação à educação e às artes.

Nascida em Natal, começou a estudar piano aos oito anos, na década de 1950. Aos 16, já era considerada uma pianista virtuosa, se apresentando em concertos no Teatro Alberto Maranhão. Em 1960, conheceu Fernando Bezerra, então estudante de engenharia, com quem se casou quatro anos depois.
Já professora de piano, ingressou na Escola de Música da UFRN logo após sua fundação e se especializou sob orientação do maestro Waldemar de Almeida. Foi aprovada em primeiro lugar na seleção para docente da universidade.
Formou-se em Educação Artística pela UFRN. Nos anos 1980, iniciou um projeto voluntário de ensino em Igapó, que resultaria, em 1998, na criação da Orquestra de Igapó. Na década seguinte, transformou sua paixão pela fotografia em trabalho artístico reconhecido nacionalmente, com destaque para o ensaio com a romanceira Dona Militana.
Candinha também deixou contribuições marcantes na música e na produção cultural. Produziu os CDs “Emboladas cocos”, “Cocos de Zambê”, “Repente potiguar” e “Nação potiguar” — este último premiado como Melhor CD Local no II Prêmio Hangar, em 1999.
O ensaio com Dona Militana resultou ainda no CD triplo “Cantares”. Em 2007, publicou o livro “Coco de Zambê”, no qual documentou, por meio de imagens e textos, três grupos potiguares que mantêm viva a tradição desse ritmo no estado.