O AGORA RN teve acesso a detalhes do caso da paciente de 19 anos que teve uma parada cardíaca após receber uma medicação errada na UPA Potengi, na Zona Norte de Natal, nesta quarta-feira 17.
De acordo com apuração da reportagem, a paciente procurou a UPA relatando uma gripe persistente. Ela afirmou que estava com os sintomas havia cerca de 30 dias, incluindo uma tosse arrastada.
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Ao ser atendida, uma médica de plantão prescreveu um expectorante e um corticoide chamado succinato sódico de hidrocortisona – que de fato é indicado para pacientes com o quadro apresentado pela jovem. A hidrocortisona ajuda a reduzir a inflamação e alivia os sintomas da tosse.
O erro aconteceu após o atendimento médico. Na sala de medicação, a jovem recebeu na veia três ampolas de succinilcolina, um potente relaxante muscular. Essa medicação tem ação ultrarrápida e é utilizada em hospitais para anestesiar pacientes a fim de facilitar o processo de intubação traqueal e outros procedimentos, como cirurgias.
Segundo apurou o AGORA RN, o erro partiu de um profissional da farmácia da UPA, que entregou a medicação errada. A técnica de enfermagem responsável pela administração da injeção também não fez a conferência correta e não percebeu o erro.
Poucos minutos após receber a injeção, a jovem começou a ficar anestesiada e teve a parada cardíaca. Ela foi reanimada ao longo de 20 minutos e recuperou os sinais vitais. Em seguida ela foi intubada e internada. Horas depois, ela foi transferida para um leito de UTI do Hospital Rio Grande, onde segue internada em estado estável.
A jovem permanece intubada. Ela fez uma tomografia cerebral na madrugada desta quinta-feira 18, que apresentou resultado normal. Houve a retirada da sedação e uma tentativa de extubação, mas sem sucesso.
O nome da jovem será preservado até que a família autorize a divulgação. A despeito das especulações, o prontuário dela está disponível para subsidiar a investigação.
Servidores são afastados
Em nota publicada na noite desta quarta-feira 17, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que os profissionais envolvidos no manejo da medicação foram afastados. São eles o farmacêutico e a técnica de enfermagem que aplicou a injeção. Além disso, a Secretaria abriu uma sindicância para análise dos fatos e apuração de eventuais responsabilidades.
“Importante esclarecer que os órgãos de controle e sanitários serão convocados a fiscalizar as condutas em colaboração com a Secretaria. A SMS Natal reafirma o compromisso com a transparência, qualidade da assistência prestada em todas as Unidades e reforça que vem acompanhando a paciente e apoiando integralmente sua família”, diz a pasta, em nota.