

Já tratei do vocábulo “mesmo” diversas vezes. Nas aulas ou por e-mail, tiro muitas dúvidas sobre o uso e aplicação dessa palavra. De modo geral, digo aos alunos que “mesmo” não deve substituir um substantivo. Portanto não se deve dizer “Encontrei o aluno. O mesmo entregou a atividade”, uma vez que, “mesmo” é pronome adjetivo, e não substantivo. Basta dizer “Encontrei o aluno. Ele (o estudante, o discente) entregou a atividade”.
Tratarei, agora, de um uso interessante de “mesmo”, que pode ser um utilíssimo marcador para ampliar o valor de um argumento. Se eu digo “Mateus tem boas notas em Língua Portuguesa”, dou uma simples informação, não faço consideração qualitativa ou avaliativa sobre as qualidades intelectuais de Mateus. No entanto, se acrescentar “até mesmo”, darei à frase um inegável valor argumentativo: “Mateus tem boas notas até mesmo em Língua Portuguesa”.
Agora, exaltei a competência de Mateus e disse, implicitamente, que ele tem boas notas também em outras disciplinas. Além disso, está clara a ideia de que considero a Língua Portuguesa a mais difícil das matérias. O conector “mesmo” sempre tem um valor argumentativo para cima, numa escala avaliativa.
Decidir pela continuidade da greve
Se decidir pelo prolongamento (prosseguimento, prorrogação) de uma greve, qualquer categoria deve decidir pela “continuação” da greve, e não pela “continuidade”. Os bons dicionários ilustram bem essa diferença.
Fique de olho
Não se emprega o hífen em palavras cujo prefixo ou falso prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por “r” ou “s”, que se duplicam: contrarregra, infrassom, antisséptico, ultrarromântico.


Já tratei do vocábulo “mesmo” diversas vezes. Nas aulas ou por e-mail, tiro muitas dúvidas sobre o uso e aplicação dessa palavra. De modo geral, digo aos alunos que “mesmo” não deve substituir um substantivo. Portanto não se deve dizer “Encontrei o aluno. O mesmo entregou a atividade”, uma vez que, “mesmo” é pronome adjetivo, e não substantivo. Basta dizer “Encontrei o aluno. Ele (o estudante, o discente) entregou a atividade”.
Tratarei, agora, de um uso interessante de “mesmo”, que pode ser um utilíssimo marcador para ampliar o valor de um argumento. Se eu digo “Mateus tem boas notas em Língua Portuguesa”, dou uma simples informação, não faço consideração qualitativa ou avaliativa sobre as qualidades intelectuais de Mateus. No entanto, se acrescentar “até mesmo”, darei à frase um inegável valor argumentativo: “Mateus tem boas notas até mesmo em Língua Portuguesa”.
Agora, exaltei a competência de Mateus e disse, implicitamente, que ele tem boas notas também em outras disciplinas. Além disso, está clara a ideia de que considero a Língua Portuguesa a mais difícil das matérias. O conector “mesmo” sempre tem um valor argumentativo para cima, numa escala avaliativa.
Decidir pela continuidade da greve
Se decidir pelo prolongamento (prosseguimento, prorrogação) de uma greve, qualquer categoria deve decidir pela “continuação” da greve, e não pela “continuidade”. Os bons dicionários ilustram bem essa diferença.
Fique de olho
Não se emprega o hífen em palavras cujo prefixo ou falso prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por “r” ou “s”, que se duplicam: contrarregra, infrassom, antisséptico, ultrarromântico.


AS FORMAS VERBAIS QUE DESVENDAM A FALTA DE DOMÍNIO DA LINGUAGEM
Não é de hoje que a forma verbal flexionada da terceira pessoa é confundida com o infinitivo dos verbos. Para ser grande, sê inteiro, nos ensinou Pessoa. Por isso, é bom ficar atento e não confundir ESTÁ com ESTAR; DÁ com DAR e VÊ com VER.
Uma dica simples é observar se antes da forma verbal que causa confusão há outro verbo. Se isso ocorrer, o infinitivo pede passagem: “O povo deve estar cansado de promessas não cumpridas”. Repare que a forma verbal “deve” já está flexionada. Isso é bem diferente de “O povo está cansado de promessas não cumpridas”, pois “está” concorda com o sujeito (o povo) e não há outro verbo auxiliando.
A regra vale para os outros casos: “A negociação pode dar bons resultados aos envolvidos”, mas “A negociação dá bons frutos aos envolvidos”. Assim também o par ver/vê é esclarecido: “Ele não vê lucro no negócio”; mas “Ele não consegue ver lucro no negócio”.
Outra prática que funciona é substituir a forma verbal da confusão por uma sinônima e observar que forma prevalece. Exemplo: “O povo vê abuso no aumento do combustível”. Substituindo por “enxergar”: “O povo enxerga abuso no aumento do combustível”.


AS FORMAS VERBAIS QUE DESVENDAM A FALTA DE DOMÍNIO DA LINGUAGEM
Não é de hoje que a forma verbal flexionada da terceira pessoa é confundida com o infinitivo dos verbos. Para ser grande, sê inteiro, nos ensinou Pessoa. Por isso, é bom ficar atento e não confundir ESTÁ com ESTAR; DÁ com DAR e VÊ com VER.
Uma dica simples é observar se antes da forma verbal que causa confusão há outro verbo. Se isso ocorrer, o infinitivo pede passagem: “O povo deve estar cansado de promessas não cumpridas”. Repare que a forma verbal “deve” já está flexionada. Isso é bem diferente de “O povo está cansado de promessas não cumpridas”, pois “está” concorda com o sujeito (o povo) e não há outro verbo auxiliando.
A regra vale para os outros casos: “A negociação pode dar bons resultados aos envolvidos”, mas “A negociação dá bons frutos aos envolvidos”. Assim também o par ver/vê é esclarecido: “Ele não vê lucro no negócio”; mas “Ele não consegue ver lucro no negócio”.
Outra prática que funciona é substituir a forma verbal da confusão por uma sinônima e observar que forma prevalece. Exemplo: “O povo vê abuso no aumento do combustível”. Substituindo por “enxergar”: “O povo enxerga abuso no aumento do combustível”.

É comum que algumas figuras, sobretudo do meio jurídico, recorram a máximas e sentenças latinas. Esse recurso está cada vez mais sem amparo quando o assunto é clareza. De toda forma, seguem algumas expressões, ainda, muito usadas, cujo significado interessa a muita gente.
IPSIS LITERIS
Textualmente, significa pelas mesmas letras. Vale lembrar que, sendo latinas, as palavras se escrevem sem acento. Expressão muito confundida com…
…IPSIS VERBIS
Que quer dizer pelas mesmas palavras. O latim também não tem hífen.
IPSO FACTO
Tem a acepção de por isso mesmo, em consequência. É mais usado na linguagem jurídica.
MUDANDO DE ASSUNTO, MAS DESFAZENDO CONFUSÃO
ISLÃ
No sentido de islamismo, religião muçulmana, grafa-se com a inicial minúscula como catolicismo, espiritismo, budismo. Na acepção de mundo muçulmano, é nome próprio.
ISRAELENSE OU ISRAELITA
o primeiro termo, israelense, indica o natural ou habitante de Israel; já israelita refere-se à religião judaica ou ao povo de Israel no sentido bíblico: praça israelense, templos israelitas.

É comum que algumas figuras, sobretudo do meio jurídico, recorram a máximas e sentenças latinas. Esse recurso está cada vez mais sem amparo quando o assunto é clareza. De toda forma, seguem algumas expressões, ainda, muito usadas, cujo significado interessa a muita gente.
IPSIS LITERIS
Textualmente, significa pelas mesmas letras. Vale lembrar que, sendo latinas, as palavras se escrevem sem acento. Expressão muito confundida com…
…IPSIS VERBIS
Que quer dizer pelas mesmas palavras. O latim também não tem hífen.
IPSO FACTO
Tem a acepção de por isso mesmo, em consequência. É mais usado na linguagem jurídica.
MUDANDO DE ASSUNTO, MAS DESFAZENDO CONFUSÃO
ISLÃ
No sentido de islamismo, religião muçulmana, grafa-se com a inicial minúscula como catolicismo, espiritismo, budismo. Na acepção de mundo muçulmano, é nome próprio.
ISRAELENSE OU ISRAELITA
o primeiro termo, israelense, indica o natural ou habitante de Israel; já israelita refere-se à religião judaica ou ao povo de Israel no sentido bíblico: praça israelense, templos israelitas.