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Distúrbio leva ao desejo de corpo cada vez maior

Com 1,70m de altura, Pradeep Bala tem um físico que se encaixaria perfeitamente numa revista de fisiculturismo, mas que considera insuficiente.
22/09/2015 | 19:51

A primeira palavra que vem à mente quando se está diante de Pradeep Bala é “grande”. O indiano de 25 anos tem braços enormes, ombros largos e um grande peitoral. Mas ele não está feliz com seu tamanho.

Sua obsessão em conseguir o corpo “perfeito” é, na verdade, um distúrbio de ansiedade pouco conhecido: a vigorexia. Formalmente conhecido como “dismorfia muscular”, também é descrito às vezes como uma anorexia ao contrário.

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Ele se caracteriza por uma incompatibilidade entre o corpo de uma pessoa e a imagem que ela tem de si mesma. Mesmo sendo grande e musculosa, ela se vê “pequena”.

Para Pradeep, que mora em Londres, no Reino Unido, tudo começou quando ele passou a se comparar aos homens musculosos que ilustram páginas de revistas. “Pensava que, se eles conseguiam ficar assim, eu podia também”, diz.

Com 1,70m de altura, ele tem um físico que se encaixaria perfeitamente numa revista de fisiculturismo, mas que considera insuficiente.

“Definitivamente, sou pequeno. E costumo ser duro comigo. Digo para mim: ‘Qual é o seu problema? Olhe para você. Vire homem'”, afirma.

“Esse diálogo interno faz com que pouco a pouco eu fique mais ansioso e depressivo.”

Distúrbio desconhecido
A vigorexia pode afetar homens e mulheres, mas costuma ser mais prevalente entre eles.

Estima-se que um de cada dez homens que frequentam academias no Reino Unido sofra deste problema, que pode levar à depressão, uso de anabolizantes e até mesmo ao suicídio.

No entanto, muitos casos não vêm a público, segundo Rob Willson, presidente do conselho da Fundação de Distúrbio de Dismorfia Corporal.

Ele diz que esta condição vem se tornando mais frequente, mas que muitas pessoas deixam de ser diagnosticadas, porque o distúrbio ainda é desconhecido.

“Temos milhares e milhares de pessoas assim, que se preocupam excessivamente com sua aparência e têm baixa autoestima”, afirma Willson.

“Esta ansiedade e preocupação em demasia podem deixar alguém deprimido a ponto de levar ao suicídio.”