24/11/2018 | 19:55
A final da Libertadores foi adiada. Depois de um impasse de pouco mais de duas horas, River Plate e Boca Juniors chegaram a um acordo e a partida será disputada neste domingo, às 17h (de Natal), no estádio Monumental de Nuñez, em Buenos Aires, na Argentina.
A confusão começou após o ônibus do Boca Juniors ter sido apedrejado neste sábado, no momento em que chegava ao estádio do River Plate. Jogadores se machucaram por causa dos estilhaços de vidro. O capitão do time visitante, Pablo Pérez, com cortes no braço e ferimento no olho, foi encaminhado ao hospital.
O duelo estava marcado para começar às 17h. A Conmebol tentou convencer os dirigentes do Boca de realizar a partida e chegou a postergar o horário do duelo por duas vezes. Primeiro, passou o início para as 18h. Depois para as 19h15. Por fim, entendeu que não havia condições de jogo.
“O futebol não é uma guerra. De início, dava a entender que seria possível a realização da partida, mas isso mudou. O bom senso viu que não havia condições de realizar. Os clubes entenderam que não havia condições e houve um acordo de cavalheiros”, informou o presidente da Conmebol, Alejandro Dominguez.
Dirigentes de Boca Juniors e River Plate se reuniram com representantes da Conmebol e também com o presidente da Fifa, Gianni Infantino. O diretor do time visitante, Jorge Roberto Anró, concedeu entrevista e avisou que não havia clima para acontecer a final. Segundo ele, o elenco não está em condições de entrar em campo por causa das agressões recebidas no momento da chegada ao estádio.
O atacante Tevez, um dos líderes do Boca, também falou com a imprensa e reclamou que estavam tentando obrigar sua equipe a entrar em campo. “É um problema da sociedade em que vivemos, querem jogar uma partida que para a gente não foram dadas as melhores condições, os presidentes da Conmebol e da Fifa querem que joguemos a partida”, disse. “Saímos para dizer que estão nos obrigando a jogar a partida, temos três companheiros que não estão bem”, prosseguiu.
Além do ferimento do capitão, outros atletas também foram vítimas de spray de pimenta vindo da torcida do River, como o próprio Tevez, além de Fernando Gago e Julio Buffarini.
O primeiro duelo da decisão aconteceu no La Bombonera e terminou empatado por 2 a 2 sem confusão. Mas vale lembrar que não é a primeira vez que Boca e River se enfrentam pela Libertadores em um duelo repleto de polêmica.
Em 2015, o jogo nem chegou a acabar. Pelas oitavas de final, em La Bombonera, quatro jogadores do River foram atacados com uma mistura caseira de vários tipos de pimenta e ácido quando regressavam pelo túnel inflável para o segundo tempo do maior clássico argentino. O duelo estava 0 a 0. A partida foi cancelada e a Conmebol eliminou o Boca Juniors da competição em que o River acabou como campeão.