16/06/2020 | 02:17
Na linha
A gestão da saúde da Prefeitura do Natal tem seguido a linha adotada pelo atual comando do Ministério da Saúde, de não exigir respaldo científico em determinadas drogas utilizadas em protocolos oficiais no tratamento de pacientes com Covid-19.
Situação
No âmbito do governo federal, como se sabe, foi implementado o uso da hidroxicloroquina no atendimento até de casos leves da Covid-19, mesmo sem comprovação científica de eficácia.
Sem respaldo
No caso de Natal, além de seguir a ordem do governo federal com relação à hidroxicloroquina, a gestão municipal também adotou outro medicamento que não tem comprovação científica para ser usado no tratamento da infecção pelo novo coronavírus: a ivermectina. O vermífugo está no protocolo da Secretaria Municipal de Saúde para o uso preventivo e mais: será distribuído para grupos de risco.
Placebo
Uma infectologista potiguar que está na linha de frente contra a Covid nos principais hospitais de São Paulo alertou sobre a ivermectina: “Nenhum respaldo científico. Existe um estudo de laboratório (sem testar em seres vivos) mostrando que em laboratório tem efeito. Porém, mais outras mil drogas também têm efeito quando se estuda na teoria e testa no laboratório (in vitro). Quando chega na vida real só provoca danos ou nenhum benefício”.
Uso político
Na opinião da médica, o que está por trás de recomendações como essas por parte do Estado é que “uma vez que se adota como medida governamental, cria-se uma falsa impressão de que algo está sendo feito, quando, na verdade, o investimento em leitos de UTI e outras coisas não está acontecendo”.
Sem apoio
Em tempo: todos os estudos sobre a ivermectina contra a Covid-19 estão ainda em estágio inicial. Nos EUA, a autoridade sanitária, chamada de FDA, emitiu um alerta sobre o uso de ivermectina por pessoas com Covid-19. E, aqui no Brasil, a Anvisa não reconhece o medicamento para o tratamento da doença.
Diálogos
O Instituto de Desenvolvimento da Educação (IDE) está retomando um projeto executado durante muitos anos no RN: “Diálogos”. Com abrangência maior, diante do coronavírus e suspensão de aulas na rede pública e privada, o que era “Diálogos em Defesa da Escola Pública”, agora se torna “Diálogos em Defesa da Educação”.
Em defesa da educação
O projeto acontecerá nas redes sociais, com condução da diretora executiva do IDE, Cláudia Santa Rosa, e participação de convidados. A primeira ‘live’ acontecerá hoje, dia 16, às 19h30, no Instagram @ClaudiaStaRosa, e terá participação de Claudia Costin, que é fundadora e diretora do Centro de Excelência e Inovação em Políticas Educacionais da Fundação Getúlio Vargas, Ceipe FGV.
Perigoso
Em seu artigo “Baderna nas PM’s”, publicado nesta segunda-feira no UOL, o jornalista Reinaldo Azevedo escancara um cenário que vem se formando já há alguns anos no Brasil sem ser levado à sério: a insubordinação de policiais militares, insuflados pelo bolsonarismo.
Omissão
“Todos assistimos ao bombardeio do Supremo, no sábado, com fogos de artifício. E tudo diante de uma Polícia Militar inerme, omissa, cúmplice”, alertou Azevedo, que lembrou que a situação nas PMs “é parte do projeto de guerra civil que o presidente da República admitiu estimular com seu discurso e sua prática em favor do armamento da população”.
Apoio
“Se Eduardo Bolsonaro só precisava de um cabo e um soldado para fechar o Supremo, antes da posse do pai, agora pode contar com um belo reforço. Os rojões disparados pelos bolsonaristas sobre o STF na noite de sábado podem ter sido só um prenúncio”. De Ricardo Kotscho para o UOL, sobre manifesto de militares da reserva declarando guerra ao STF.
Rápidas
•Veja só: Sara Winter, a líder do 300 (que deveria ser 30) presa ontem, foi expulsa do grupo feminista do qual participava por sumir com dinheiro que era utilizado para protestos.
•A propósito, não tem ‘saída honrosa’ que salve a reputação do ministro da Educação Abraham Weintraub.
•Disse o repórter João Paulo Charleaux: “Processar chargista é a quarta via em papel carbono do recibo de truculência de qualquer governo anacrônico formado por toscos de pouca cultura”.
•Ex-líder dos Panteras Negras, Bobby Rush acha que policiais de hoje são mais cruéis do que nos anos 60.