O governo estadual, com o apoio do Banco Mundial, realizou uma ambiciosa jornada de revitalização que trouxe nova vida ao patrimônio cultural do estado, uma iniciativa sem precedentes nas últimas décadas. A recuperação desses valiosos ativos culturais não se limitou apenas ao aporte financeiro considerável; exigiu a criação de meticulosos projetos e cuidadoso restauro que contaram com a colaboração de especialistas renomados no campo da preservação histórica. Este monumental esforço foi complementado por longas negociações com órgãos reguladores, como o Serviço de Patrimônio da União e o Iphan, atendendo a critérios rigorosos para garantir a integridade e autenticidade dos monumentos.
Entre os projetos destacam-se a Fortaleza dos Reis Magos, a Biblioteca Câmara Cascudo, o Museu Café Filho e o imponente Teatro Alberto Maranhão, ícones que narram a rica história do estado. Além disso, o Papódromo, anteriormente um espaço abandonado, foi transformado em uma infraestrutura moderna e inovadora para shows e eventos, localizada estrategicamente no centro administrativo estadual em Lagoa Nova. O Museu da Rampa, situado às margens do rio Potengi, simboliza outro marco importante.
Apesar da restauração e reabilitação exitosas desses espaços, que agora exibem nossa história com grande elegância, surge a preocupação com sua subutilização. A falta de engajamento público pode levar a uma nova degradação, colocando em risco os esforços de preservação realizados. A questão central é: como podemos evitar essa situação e garantir um uso sustentável dessas instalações?
A resposta envolve múltiplas estratégias. É fundamental despertar o interesse da população local e dos visitantes por meio de programas educacionais, como visitas escolares programadas, e a inclusão desses locais em roteiros de agências de turismo. Além disso, é imperativo que os órgãos culturais e de eventos promovam atividades regulares nesses espaços.
A adoção de parcerias público-privadas pode oferecer uma solução viável, permitindo que setores dinâmicos explorem esses locais sob acordos que respeitem os princípios de preservação e incluam investimentos em melhorias contínuas. Iniciativas como apresentações musicais ao pôr do sol no Forte, complementadas por serviços de café colonial e lojas de artesanato, podem aumentar significativamente o apelo turístico e cultural. Da mesma forma, eventos como apresentações da Orquestra Sinfônica local ou uma Cantata dos Mártires no palco do Papódromo poderiam enriquecer a oferta cultural.
Em suma, enquanto comemoramos o sucesso na reabilitação física de nosso patrimônio, enfrentamos o desafio de garantir o uso adequado e sustentável. A hora de agir é agora. Devemos unir esforços para assegurar que esses espaços não apenas sobrevivam, mas prosperem como centros vibrantes de cultura e história.