O grupo empresarial Esfera Brasil reuniu neste fim de semana, no litoral paulista, governadores e grandes empresários, além de ministros do Governo Lula, para a terceira edição do “Fórum Esfera Brasil”. Assuntos de relevância para o desenvolvimento nacional, como a agenda de reformas estruturantes pela produtividade e transição energética, foram os temas. Ainda entre os eixos temáticos, a prevenção a desastres ambientais, infraestrutura, inteligência artificial, previdência complementar e inovação na saúde.
No sábado passado, a governadora potiguar, Fátima Bezerra, falou como presidente do Consórcio Nordeste no painel “O Brasil na Liderança da Sustentabilidade Global”. O Nordeste é celeiro em projetos para energias renováveis. Em relação ao Rio Grande do Norte, o governo local quer colocar nosso Estado na liderança da nova fronteira energética global, com o projeto do Porto Indústria Verde. A ideia já foi incluída no Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) e, mais recentemente, foi assinado um acordo de cooperação com o BNDES para o desenvolvimento da modelagem até o lançamento do edital de concessão do equipamento à iniciativa privada.
No Porto Indústria Verde, está previsto o investimento de R$ 5,6 bilhões, que serão aportados nos cinco primeiros anos de construção. Segundo a governadora, o projeto é a primeira infraestrutura portuária originalmente feita no Brasil voltada principalmente para a indústria offshore. Será no Litoral Norte Potiguar, e o plano prevê captação de energia eólica offshore e onshore, fabricação de amônia e ureia, produção associada de hidrogênio verde, veículos, mineração e polo cloroquímico, além do processamento de pescado e movimentação de contêineres para pescado e fruticultura.
“O Brasil é o sexto país em produção de energias renováveis. No Brasil, o Nordeste produz 90% das energias renováveis. E ainda temos grande potencial offshore, inclusive para produção de hidrogênio e amônia verdes”, citou a governadora em seu painel. Fátima registrou no Fórum Esfera 2024: “Neste momento, o mudo volta os olhos para o Brasil, em especial para o Nordeste, diante o imenso potencial para energias renováveis. Temos uma oportunidade ímpar de promover o desenvolvimento industrial da região”. O Nordeste não pode e não deve se resumir apenas como um exportador de commodities, mas sim um grande centro pujante industrial, baseada na economia verde.
Para quem não sabe, o Porto-Indústria Verde recebe a qualificação de “verde” por lidar com produção de energia limpa. É uma estrutura voltada para energia eólica offshore (no mar) e para a produção de outros produtos ligados às energias renováveis, como o hidrogênio verde (H2V) – podendo dar suporte também aos setores da mineração, do petróleo e gás, da fruticultura, do sal e da pesca. Tudo caminha para ter o município de Caiçara do Norte como sede.