O jornal O Estado de São Paulo destacou, nesta semana, uma grande perspectiva para o Nordeste. Apesar de ser a região mais afetada pela pobreza, principalmente devido às secas recorrentes, estudos recentes projetam que o Nordeste deverá superar outras regiões do país em termos de crescimento econômico nos próximos anos.
Com quase 60 milhões de habitantes, nossa região está prestes a receber um fluxo de investimentos que somam cerca de R$ 750 bilhões. Este volume de recursos vai impulsionar diversos setores, incluindo a exploração de gás natural e petróleo, a energia eólica, e até mesmo a concessão de aeroportos e privatizações de empresas de energia elétrica e saneamento.
A consultoria Tendências, que conduziu o estudo, prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) do Nordeste cresça em média 3,4% ao ano entre 2026 e 2034, enquanto a média nacional esperada é de 2,5%. Este cenário otimista é alimentado não só pelos investimentos públicos, como também por uma enxurrada de capital privado, especialmente no setor de energias renováveis.
A transformação do Nordeste está ligada, em grande parte, ao seu potencial natural para a geração de energia limpa. Com ventos fortes e sol abundante, a região se tornou um polo atrativo para investimentos em parques eólicos e solares. Projetos que vemos do litoral ao sertão do Rio Grande do Norte são exemplos dessa tendência – não apenas de ampliar a capacidade energética da região, mas também fomentar o desenvolvimento local.
Este crescimento, contudo, chega junto com grandes desafios. O principal é a necessidade urgente de capacitar a população local para que possam aproveitar as novas oportunidades que surgem. A formação de um capital intelectual sólido é indispensável para que as riquezas geradas beneficiem verdadeiramente os nordestinos, promovendo inclusão social e elevando a qualidade de vida de todos.
Governos, instituições de ensino e a sociedade civil têm um papel fundamental neste processo. É necessário desenvolver programas de formação e qualificação que preparem os trabalhadores para os setores emergentes, especialmente aqueles relacionados às tecnologias verdes. Só assim podemos garantir que o crescimento seja inclusivo, que chegue a toda a população.
O fato é que o Nordeste está no limiar de uma nova era de desenvolvimento. Com os investimentos certos e programas focados no desenvolvimento humano e sustentável, a região pode não apenas superar as adversidades históricas, mas também liderar o Brasil rumo a um futuro mais verde e mais inclusivo.