O secretário de estadual de Agricultura, Pecuária e Pesca, Guilherme Saldanha, conversou com a coluna sobre a 63ª Festa do Boi, aberta ontem no Parque Aristófanes Fernandes, em Parnamirim. Além de estimular novos negócios, o governo aposta na vasta programação técnica para capacitar produtores rurais, pequenos criadores e agricultores familiares.
Já estamos na 63ª Festa do Boi. Qual a expectativa da Sape para o evento deste ano?
Nossa expectativa é a melhor possível. O Rio Grande do Norte vive bons momentos no agronegócio, com a fruticultura apresentando números crescentes. A carcinicultura (camarão) também está em crescimento. Temos novidades no setor do leite. O IBGE acaba de confirmar que a produção de leite bateu recorde de 1 milhão de litros por dia. Estamos incentivando o abate na bovinocultura, caprinocultura e também na suinocultura. Portanto, eu acredito que tudo isso estará presente numa das maiores exposições agropecuárias já realizadas na Festa do Boi.
O que o senhor destaca como diferencial da festa neste ano?
O grande diferencial deste ano é uma vasta programação técnica que está à disposição dos produtores rurais, pequenos criadores e agricultores familiares. A Festa do Boi é um evento realizado por várias mãos – Anorc, Governo do Estado, Sebrae, Senar, Federação da Agricultura, entre outros órgãos. Pelo lado do governo, podemos destacar o trabalho da Emater e da Emparn, que vão receber caravanas de estudantes na Fazendinha. Ou seja, precisamos aproveitar os 8 dias da festa para atrair o público nesse esforço de capacitação e de muito conhecimento técnico.
O governo decretou emergência em 147 municípios do Estado por causa da seca. A Sape adotou alguma medida para minimizar os efeitos da estiagem?
A governadora Fátima Bezerra criou um grupo de trabalho desde os primeiros sinais de dificuldade em relação às chuvas no Sertão. Estamos acompanhando a situação em todas as regiões – Oeste, Alto Oeste, Trairi, Seridó, Central e Vale do Assu. A determinação da governadora é amenizar os efeitos da estiagem, ajudando o pecuarista, o pequeno criador e a população em geral na travessia deste momento mais difícil. Por meio da Secretaria de Recursos Hídricos, o governo chega com as adutoras. Já a Secretaria de Agricultura tem fornecido feno a preço subsidiado e distribuído a palma forrageira para garantir o plantio. Há uma atenção para ajudar o produtor de leite, fornecendo forragem ou ração concentrada.
Lula começou a conversar com Trump. Qual a expectativa do senhor para revisão do tarifaço?
Isso foi muito importante. Os Estados Unidos são grandes compradores do nosso pescado. Temos nosso sal, nossa água de coco, entre outros produtos. Nossa preocupação maior é que este tarifaço não provoque mais impactos negativos, além dos prejuízos que já foram causados. A retomada do diálogo a partir da Assembleia Geral da ONU, e agora com o telefonema entre os dois presidentes, cria as condições para reverter a sobretaxa em vários setores, entre os quais, o do pescado. O presidente Trump precisa chamar o presidente Lula para conversar porque exportamos alimentos para todo mundo. Não tenho dúvida que a gente vai encontrar o melhor caminho para reduzir as tarifas, como o presidente Trump fez com vários países. Chegou a vez de dialogar com o Brasil.
DEU RUIM
Carlos Eduardo Alves reafirmou ontem o compromisso com o projeto de reeleição da senadora Zenaide Maia. “Não vou compor chapa para prejudicar Zenaide. Ela já tem meu primeiro voto para o Senado”, declarou à resenha do Bom Dia CBN Natal. A notícia é desfavorável para Fátima Bezerra, que pretende justamente abrir diálogo com o ex-prefeito sobre a segunda vaga do Senado na aliança governista.
MODELO
Que inveja! A Zona de Processamento de Exportação do Ceará, no Porto do Pecém, foi eleita a melhor Zona Econômica Especial (ZEE) do mundo no ranking Global Free Zones of the Year 2025, do Financial Times. O modelo integra porto, energia renovável e indústria de baixo carbono. Que sirva de exemplo para nosso RN.
