Sempre tivemos políticos entreguistas e deslumbrados com o poderio das nações do chamado primeiro mundo.
Já macaqueamos imitando franceses e ingleses e agora rastejamos em bajulação ao Tio Sam, com uma pseudoelite entre americanófila e americanalhada. Admite-se um filho da classe média não fazer faculdade, mas nunca desconhecer a Disneylândia.

Em 2019, um presidente da República bateu continência para a bandeira norte-americana, dizendo “Brasil e Estados Unidos acima de tudo…”, piorando o que já era cópia indecente da propaganda da Alemanha nazista.
Virou moda a bandeira brasileira exibida ao lado da de Israel, com a “justificativa” de que “Israel é um País cristão”, quando se sabe que ali são cristãos apenas 1,9%, um pequeno núcleo discriminado de 179 mil num universo de dez milhões.
“Complexo de Vira-lata”, expressão criada pelo genial Nelson Rodrigues, que nada tinha de esquerdista, se referia ao baixo astral em que o Brasil fiou depois de perder a Copa do Mundo de 1950, o que só foi superado em 1958 quando venceu a Suécia e ganhou a Copa. Mas o complexo ficou e se alastrou para muitos aspectos da nossa vida.
Diz-se que “O brasileiro é um narciso às avessas, que cospe na própria imagem. Eis a verdade: não encontramos pretextos pessoais ou históricos para a autoestima”. O grande Lobato já dizia que “o Brasil, filho de pais inferiores, destituídos desses caracteres fortíssimos que imprimem, um cunho inconfundível em certos indivíduos, como acontece com o alemão, com o inglês…”. Nisso deu Jeca Tatu.
Brasileiros inventaram o balão dirigível, o avião, a máquina de escrever, o biodiesel e o primeiro carro movido a água foi inventado no RN pelo professor Nicanor de Azevedo Maia, da UFRN, que morreu esquecido, ele e seu invento, numa fazenda do Seridó.
O rádio também é invenção nossa, ainda que isto não seja reconhecido.
Somos campeões mundiais em muitas comodities e temos mais de duzentas patentes mundiais na indústria do petróleo, somos bambas em indústria de transformação, construção civil e produção de energia. O etanol não foi inventado aqui, mas o carro a álcool foi desenvolvido industrialmente no Brasil.
Quando vemos um ex-presidente da República pedindo de joelhos que um biliardário estrangeiro venha derrubar leis e instituições brasileiras, um senador em plena Câmara Alta do País e um deputado federal fazendo discursos em inglês para que possam ser ouvidos por Elon Musk, um trambiqueiro que quer extorquir as riquezas nacionais, entendemos por que na Europa e nos EUA acham que nossa capital é Buenos Aires e pensam que falamos Espanhol.
Em resumo, é assim que entendemos o que seja de fato o “Complexo de Vira-Lata”, que ora alimenta o “Febeapá do B”, Festival de Besteiras que Assola o País do Bolsonarismo.