BUSCAR
BUSCAR
Coluna

Brasil DESigual: Pesquisa do IBGE mostra desigualdade em alto grau

Confira a coluna de Sávio Hackradt deste sábado 20
Sávio Hackradt
20/04/2024 | 07:40

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou sexta-feira 19 a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), que mostra que a desigualdade no Brasil permanece em alto grau. O rendimento do 1% mais rico da população é 40 vezes maior do que dos 40% mais pobres.

O rendimento médio mensal do grupo dos 1% mais ricos do Brasil em 2023 foi de R$ 20.664,00, que representa um aumento de 13,2% em relação ao valor registrado em 2022. Já o rendimento médio mensal dos 40% mais pobres foi de R$ 527,00 no ano pas- sado. Esse valor representa uma alta de 12,6% em relação ao registrado em 2022, que foi de R$ 468,00.

Brasil DESigual: Pesquisa do IBGE mostra desigualdade em alto grau - Foto: Acervo IBGE
Brasil DESigual: Pesquisa do IBGE mostra desigualdade em alto grau - Foto: Acervo IBGE

Em um ano, a renda média mensal dos mais ricos, que já é 40 vezes maior que a dos mais pobres, cresceu mais do que a dos 40% mais pobres. Segundo o IBGE, as regiões brasileiras que mais receberam benefícios sociais, em especial o Bolsa Família, registraram as quedas mais expressivas em termos de desigualdade social. É no Nordeste que esses dados mais se destacam, onde a presença do programa Bolsa Família em 2022 era de 33,8% dos domicílios e em 2023 subiu para 35,5%. O Bolsa Família ajuda a diminuir a desigualdade, mas mostra também o aumento da pobreza, com a expansão da sua base de alcance no número de domicílios. Quando seremos um país com pleno emprego e não ire- mos mais precisar de programas como o Bolsa Família?

Nesse ano de eleições municipais, é de bom alvitre que temas como erradicação da pobreza, geração de emprego e renda façam parte das discussões entre partidos, candidatos e a sociedade, na busca por soluções viáveis para o grave problema da desigualdade. O que uma prefeitura pode fazer para combater as graves diferenças sociais que acometem as populações das cidades que governam? Além das tradicionais ações assistencialistas que as se- cretarias de ação social dos municípios fazem, o que fazer a mais?

É preciso muito mais do que isso. A desigualdade social se manifesta pela má distribuição de renda, e infelizmente, neste ponto o Brasil é campeão. As causas são diversas, dentre as quais a falta de acesso à educação, saúde, cultura e oportunidades de trabalho. É evidente que uma prefeitura sozinha não tem forças para combater com eficiência as desigualdades, e também está claro que este combate não pode se limitar às ações assistencialistas. É preciso encontrar caminhos com ações coordenadas com programas do governo federal, governo estadual e governo municipal.

A primeira ação para combater as desigualdades está nas mãos dos eleitores, que devem escolher representantes políticos que lutem contra a desigualdade. Cabe também ao cidadão e a cidadã cobrar e fiscalizar as políticas públicas na sua cidade. Isso é o mínimo que alguém comprometido com a sua comunidade pode fazer. Que o povo saiba escolher os seus representantes nas próximas eleições municipais e que os prefeitos eleitos combatam as desigualdades, oferecendo educação e saúde de quali- dade, atraindo para suas cidades oportunidades para geração de emprego e renda, lembrando de promover a cultura. Que comecem os debates para combater e superar as desigualdades nas nossas cidades!