07/07/2020 | 10:52
Com o distanciamento social provocado pela pandemia do novo coronavírus e pais em home-office tentando conciliar afazeres domésticos e cuidados com os filhos, a utilização de telas por crianças e adolescentes aumentou consideravelmente. O ambiente virtual, que é um grande aliado, também é motivo de preocupação, por causa de uma nova ameaça: o “Homem Pateta”, que estaria induzindo jovens à automutilação e ao suicídio.
A psicóloga Michelle Costa, explica que crianças e adolescentes podem ser influenciados pelo personagem, porque ele utiliza estratégias lúdicas e fala a linguagem dos jovens, mas orienta que o diálogo é a chave para manter jovens afastados dos perigos. “As vítimas são crianças de sete a onze anos de idade. De forma lúdica, com jogos e desafios, o criminoso induz essas crianças a desafios que levam à automutilação e ao suicídio”, esclarece.
A nova personagem, que preocupa pais e autoridades, aparece vestida com máscara do personagem Pateta (deformada e assustadora), da Disney, e atrai as vítimas nas redes sociais, por meio de mensagem de texto, ligações ao vivo e vídeos. A especialista ressalta que é necessário que os pais redobrem os cuidados.
Os perfis que utilizam a imagem possuem poucas postagens e desafiam as pessoas a segui-los e enviar uma mensagem privada. A resposta enviada para os jovens, segundo a polícia, tem a intenção de causar desconforto, medo e, em alguns casos, provocar automutilação e suicídio.
A psicóloga Michelle orienta como os pais devem agir caso descubram que as crianças têm acesso ao conteúdo apresentado pelo “Homem Pateta”. “Os pais devem conversar com os filhos, explicando o risco que correm em manter contato com alguém com essas características. Devem assistir juntos os vídeos que agradam aos filhos e tentar participar do mundo virtual das crianças. Devem ainda, estabelecer uma relação de confiança e passar segurança aos seus filhos, para que estes possam falar sobre qualquer coisa que os aflijam. Deve-se ainda denunciar a polícia, e apoiar incondicionalmente os filhos, caso algo de pior ocorra com eles”, elenca.
Outras ameaças
O caso é semelhante a outros que surgiram recentemente no meio virtual, como a Baleia Azul (nome atribuído a um conjunto de 50 desafios diários e autodestrutivos, cuja última etapa era o convite ao suicídio) e o da boneca Momo (trazia desafios para que as crianças se machucassem e também ferissem amigos e familiares).