20/09/2019 | 07:58
O senador Fernando Bezerra (MDB-PE) e seu filho, o deputado federal Fernando Coelho (DEM-PE), receberam ao menos R$ 5,538 mi em propinas, segundo a Polícia Federal. Na quinta, 19, os dois foram alvos da Operação Desintegração e tiveram seus gabinetes no Congresso vasculhados por agentes federais.
Após a realização das buscas, em entrevista na entrada do prédio onde mora, em Brasília, o senador informou que colocou o cargo de líder do governo à disposição.
A ação foi deflagrada com base no depoimento dos empresários João Lyra, Eduardo Freire Bezerra Leite e Arthur Roberto Lapa Rosal, investigados pela Operação Turbulência.
Segundo a Polícia Federal, há diversos elementos de prova que indicam o recebimento dos valores, entre 2012 e 2014, pagos por empreiteiras, em razão das funções exercidas pelos parlamentares.
De acordo com a Polícia Federal, haveria de indícios de autoria e materialidade de Bezerra Pai e Bezerra filho em crimes de corrupção passiva e ativa, lavagem de dinheiro, e falsidade ideológica eleitoral.
Segundo a decisão que autorizou a operação, os colaboradores confirmaram a participação no “pagamento sistemático de vantagens indevidas” ao senador e a seu filho por determinação de empreiteiras.
Em nota, a defesa dos parlamentares disse estranhar que as buscas tenham sido decretadas “em razão de fatos pretéritos que não guardam qualquer razão de contemporaneidade”.
Ainda ontem, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), anunciou que a Mesa Diretora da Casa vai entrar no Supremo Tribunal Federal (STF) questionando a operação da PF. Um dos questionamentos, declarou Alcolumbre, é a realização de busca e apreensão no gabinete da liderança do governo sendo que, na época dos fatos investigados pela PF, Bezerra não tinha esse cargo.