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Crime

Influencer Buzeira é preso em operação contra lavagem de dinheiro ligada ao tráfico e apostas online

Ação cumpre mandados em quatro estados e bloqueia mais de R$ 630 milhões em bens e valores; empresário Rodrigo Morgado também foi preso
Redação
14/10/2025 | 17:16

A Polícia Federal prendeu nesta terça-feira 14 o influencer Bruno Alexssander Souza Silva, conhecido como Buzeira, em uma operação que investiga um esquema de lavagem de dinheiro vinculado ao tráfico internacional de drogas. Segundo a PF, o dinheiro do grupo também era movimentado por meio de empresas de apostas eletrônicas.

Ao todo, são cumpridas 11 ordens de prisão e 19 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Santa Catarina, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Carros de luxo importados, joias e dinheiro em espécie estão entre os itens apreendidos. As medidas judiciais incluem ainda o bloqueio de bens e valores que somam mais de R$ 630 milhões.

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Influencer Buzeira foi preso pela PF em operação que investiga lavagem de dinheiro ligada a apostas e tráfico internacional - Foto: Reprodução

Com mais de 15 milhões de seguidores, Buzeira ganhou notoriedade nas redes sociais promovendo rifas, sorteios de carros e artigos de luxo. A defesa dele não foi localizada pela reportagem.

O empresário Rodrigo Morgado, conhecido por ter sorteado um carro em uma festa da própria empresa e depois tomado o veículo da funcionária vencedora, também foi preso.

O advogado Felipe Pires de Campos, que faz a defesa de Rodrigo Morgado, afirmou que “ainda não teve acesso à íntegra do processo ou aos elementos que embasam a medida, mas ressalta, desde já, que Rodrigo Morgado é inocente”. Segundo ele, o empresário “sempre atuou exclusivamente como contador, prestando serviços de natureza técnica e regular a diferentes clientes, dentro dos limites legais da profissão”.

A defesa acrescentou que “confia que, com o avanço das investigações e a completa análise dos autos, a verdade será restabelecida e a inocência de Rodrigo Morgado plenamente reconhecida”.

De acordo com o delegado Marcelo Maceiras, da Polícia Federal, tratava-se de “um sistema de remessa e lavagem de dinheiro para o exterior, num montante considerável, envolvendo corretoras de criptomoedas e algumas empresas de aposta online, conhecidas como bets”.

“O foco da operação foi a descapitalização da organização criminosa. Nós pedimos o bloqueio de mais de R$ 630 milhões que foi deferido pela Polícia Federal, além da apreensão de carros, aeronaves, jet-skis e imóveis em poder da organização criminosa”, completou.

Maceiras explicou ainda que algumas empresas de apostas online eram legalizadas e outras funcionavam como fachada para encobrir a origem ilícita dos recursos.

“Algumas bets eram, sim, regularizadas. Nós temos informação que parte do valor necessário para conseguir a licença dessas bets tem origem ilícita. Outras bets têm sede no exterior e precisamos aprofundar as investigações para ter mais informações sobre essas empresas”, disse.

A Operação Narco Bet, como foi denominada, contou com apoio da Polícia Criminal Federal da Alemanha (Bundeskriminalamt – BKA), responsável por cumprir uma medida de prisão contra um dos investigados que está em território alemão.

A ação é um desdobramento da Operação Narco Vela, deflagrada em abril, que investigou o tráfico de drogas por via marítima a partir do litoral brasileiro. As investigações apontam que o grupo usava criptomoedas e transferia recursos para contas no exterior para ocultar a origem do dinheiro ilícito.

Os investigados poderão responder pelos crimes de lavagem de dinheiro e associação criminosa, com indícios de atuação transnacional.

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