Antes de ter o nome citado pela crítica internacional do cinema, a potiguar Tânia Maria enfrentou um episódio marcante de discriminação ainda jovem, no interior do Rio Grande do Norte. Aos 27 anos, quando trabalhava como orientadora de saúde e era responsável sozinha por um posto que atendia toda a comunidade, ela foi alvo de um abaixo-assinado que pedia seu afastamento após a descoberta de sua gravidez.
Ver essa foto no Instagram Tânia Maria relembra episódio de discriminação vivido na juventude e hoje tem atuação reconhecida no cinema brasileiro e internacional Foto: Divulgação / Victor Jucá
Segundo o relato da atriz, a mobilização partiu de um superior hierárquico e tinha como justificativa o fato de ela ser mãe solteira, condição que, à época, era usada para questionar sua permanência no serviço público. Pressionada e sem apoio, Tânia acabou indo à prefeitura pedir demissão, sem saber que o documento já estava sendo articulado.
Décadas depois, a história ganhou novos contornos. Tânia Maria iniciou a carreira no cinema apenas aos 72 anos, após ser convidada a participar do filme Bacurau. Desde então, soma seis produções no currículo e ganhou projeção internacional com O Agente Secreto, dirigido por Kleber Mendonça Filho, filme indicado ao Globo de Ouro e citado em apostas para o Oscar.
Apesar do reconhecimento tardio, a atriz segue morando no interior do estado e afirma que a trajetória no audiovisual nunca foi um plano, mas uma consequência inesperada de uma vida marcada por resistência.
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