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Defesa

Aliados dizem que Bolsonaro rompeu tornozeleira durante surto e negam intenção de fuga

Defesa tenta desvincular a violação do equipamento de uma tentativa de fuga e atribui o ato a um episódio de desorientação causado por privação de sono ou medicamentos
Redação
22/11/2025 | 16:47

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deve sustentar que a violação da tornozeleira eletrônica ocorreu em meio a um surto, tentando afastar a interpretação de que ele teria planejado fugir. A estratégia busca explicar a ação — já admitida pelo próprio Bolsonaro — como resultado de privação de sono ou efeito de medicamentos.

Bolsonaro foi preso na manhã deste sábado (22) em Brasília, onde estava em prisão domiciliar por descumprir medidas cautelares relacionadas às investigações da tentativa de interferir no julgamento sobre a trama golpista.

jair bolsonaro Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
Tornozeleira eletrônica de Bolsonaro apresentou sinais de violação; ex-presidente admitiu ter usado ferro de solda Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

A decisão de prender o ex-presidente foi tomada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo Moraes, o Centro de Integração de Monitoração Integrada do Distrito Federal registrou, às 0h08, um alerta que indicava violação do equipamento de monitoramento usado por Bolsonaro.

Para o ministro, o dano na tornozeleira demonstraria a intenção de romper o aparelho para facilitar uma possível fuga, que poderia ganhar força com a vigília convocada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) na porta do condomínio da família.

Bolsonaro reconheceu que tentou danificar o equipamento. Entre aliados, a versão que se tenta emplacar é de que, naquele momento, o ex-presidente estaria mentalmente desorganizado, influenciado por noites mal dormidas ou remédios. Alguns afirmam inclusive que Bolsonaro teria suspeitado que o aparelho pudesse conter algum tipo de dispositivo de escuta.

Outro ponto que a defesa deve usar é o horário: a tentativa de romper a tornozeleira ocorreu horas antes do início da vigília marcada por Flávio Bolsonaro, reforçando a tese de que não houve intenção de fuga planejada.