Um relatório da Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seape-DF) apontou que a tornozeleira eletrônica usada por Jair Bolsonaro apresentava “sinais claros e importantes de avaria”, com marcas de queimadura em toda a circunferência, especialmente na área do encaixe e fechamento do case.
Segundo o documento, ao ser questionado sobre o que teria provocado os danos, Bolsonaro confessou aos servidores que utilizou um ferro de solda para tentar abrir o equipamento. Ele afirmou que começou a mexer no aparelho no fim da tarde de sábado.
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Um vídeo anexado ao relatório mostra o próprio ex-presidente confirmando o uso do ferro de solda. Na gravação, uma servidora do Centro Integrado de Monitoração Eletrônica (Cime) pergunta se Bolsonaro usou algum objeto para queimar o dispositivo. Ele responde: “Eu meti ferro quente aí. Curiosidade.”
Ao ser questionado sobre o tipo de ferro, completou: “Ferro de soldar.”
A servidora também verifica que a pulseira estava intacta, mas o case havia sido violado.
Alarme e troca do equipamento
O alerta de violação disparou às 0h07 deste sábado (22). A equipe de segurança do ex-presidente foi imediatamente acionada pela Seape. A escolta foi ao local, constatou o dano e fez a troca da tornozeleira às 1h09.
Cronologia do episódio
Por volta das 17h de sexta (21)
Flávio Bolsonaro convoca pelas redes sociais uma vigília em apoio ao pai, prevista para iniciar às 19h de sábado (22), em frente ao condomínio onde o ex-presidente cumpre prisão domiciliar.
23h de sexta (21)
A PF pede ao STF a prisão preventiva de Jair Bolsonaro, alegando risco real de que a vigília pudesse atrapalhar o cumprimento da pena e gerar aglomeração similar aos atos golpistas de 2022.
0h08 de sábado (22)
O Cime registra oficialmente a violação da tornozeleira. O ministro Alexandre de Moraes é comunicado e afirma que o ato “constata a intenção do condenado de romper o equipamento para garantir êxito em sua fuga”.
1h25 de sábado (22)
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, afirma que não se opõe ao pedido de prisão preventiva.
Madrugada
Moraes decreta a prisão preventiva de Bolsonaro, citando risco de fuga e lembrando que aliados próximos, como Ramagem, Carla Zambelli e Eduardo Bolsonaro, também tentaram deixar o país.
Por volta das 6h
A PF cumpre a ordem de prisão no condomínio e leva Bolsonaro para a Superintendência da corporação, na Asa Sul, em Brasília. A ordem de Moraes determinava que não houvesse uso de algemas ou exposição midiática.
*Com informações da Globo News