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Viagem

Projeto de deputado do RN quer restabelecer despacho gratuito de bagagens de até 23 kg em voos

Robinson Faria argumenta que a medida é uma resposta à política da Anac, de 2017, que permitiu a cobrança separada por bagagens sob a promessa de reduzir os preços das passagens
Redação
27/10/2025 | 13:20

A discussão sobre o custo das viagens aéreas voltou ao Congresso Nacional. O deputado Robinson Faria (PP-RN) apresentou um requerimento para que a Comissão de Turismo da Câmara protocole um projeto de lei que retoma o direito ao despacho gratuito de bagagens em voos domésticos, com limite de até 23 kg, revertendo uma das medidas mais impopulares do setor aéreo nos últimos anos.

A proposta de Faria altera o Código Brasileiro de Aeronáutica e estabelece uma franquia mínima obrigatória:

pessoal feminino verificando bagagem de passageiros na correia transportadora
Atualmente, o limite para despacho gratuito de bagagens em voos domésticos depende da política da companhia aérea Foto: Freepik
  • 23 kg para aviões com mais de 31 assentos;
  • 18 kg para aeronaves médias;
  • 10 kg para aviões menores, com até 20 lugares.

O texto também prevê que a franquia não pode ser usada para o transporte de animais vivos e que o limite total deve respeitar as normas técnicas do Manual de Voo de cada aeronave. Em voos com conexão, valerá a regra da aeronave de menor capacidade, enquanto nas rotas internacionais continua o sistema por peça ou peso, conforme o padrão de cada região.

Robinson Faria argumenta que a medida é uma resposta à política da Anac, de 2017, que permitiu a cobrança separada por bagagens sob a promessa de reduzir os preços das passagens — algo que, segundo ele, não se concretizou.

“A política de cobrança separada por bagagens não atingiu o objetivo anunciado de baratear passagens e, ao contrário, onera o consumidor”, afirmou o deputado.

De acordo com dados citados por Faria, as tarifas domésticas subiram cerca de 20% em 2019, e a média de preço passou de R$ 552,51 (em 2017) para R$ 650,91 (em 2025) — um aumento real mesmo com oscilações durante a pandemia.

O parlamentar também criticou outras cobranças adicionais, como taxa para escolha de assento e embarque prioritário, além dos casos de extravio e danos de bagagens.

“Nosso objetivo é restabelecer o equilíbrio nas relações de consumo e garantir segurança jurídica aos usuários do transporte aéreo”, completou.

O projeto aguarda análise na Comissão de Turismo da Câmara e poderá ser incorporado a outros textos que tratam do mesmo tema.

O debate ocorre em paralelo à proposta do deputado Josias da Vitória (PP-ES), que proíbe a cobrança de bagagem de mão e item pessoal, relatada por Neto Carletto (Avante-BA) e já em regime de urgência.

Nos últimos meses, companhias aéreas voltaram a cobrar pela mala de mão em algumas rotas — principalmente internacionais —, o que reacendeu o debate sobre transparência e abusos nas tarifas.