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Economia

Imóveis na Grande Natal vão valorizar nos próximos anos, aponta especialista

Corretor e perito em avaliação no setor imobiliário projetou próximos anos do segmento em Natal e acredita em verticalização da capital potiguar
Douglas Lemos
23/09/2022 | 08:00

Mercado aquecido, tendência de verticalização em Natal e valorização não só na capital do Rio Grande do Norte, mas também nas outras cidades da região metropolitana. Este é o cenário para os próximos anos do setor imobiliário potiguar de acordo com João Diniz Marcello, corretor de imóveis e perito avaliador judicial. Com ampla experiência, Diniz veio a Natal ministrar um curso de avaliação de imóveis nos âmbitos judicial e extrajudicial para cerca de 50 profissionais que atuam no segmento.

Menor que outras grandes cidades do Nordeste, como Fortaleza, Recife e Salvador, o mercado imobiliário em Natal foi definido como “constante” pelo especialista. “Temos alguns bairros com excelente valorização, como Areia Preta. A parte comercial de Ponta Negra, do conjunto Alagamar, que antes era estritamente residencial e hoje já muda o perfil para ser mais comercial com prédios maravilhosos, saindo dentro do conjunto que o Plano Diretor agora permite”, esclareceu.

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João Diniz Marcello projetou crescimento no segmento imobiliário do Rio Grande do Norte /Créditos: Douglas Lemos

De acordo com Diniz, a capital do RN tem limitações físicas em virtude de ter o mar, o Rio Potengi e também o município de Parnamirim, mas aposta que mesmo assim o mercado será aquecido para os próximos anos. “A tendência dela é agora se verticalizar um pouco mais. É isso que vai acontecer”, projeta. Com isso, o especialista já avalia uma valorização de imóveis e terrenos em Natal. “Com a escassez de terrenos livres para construir, o que acontece, as construtoras começam a produzir o processo que chamamos de gentrificação. A retirada das pessoas originárias do bairro pelo poder das construtoras, que vão comprando casas e prédios antigos, colocam abaixo e fazem novos empreendimentos”, avaliou.

E isso, segundo o corretor, trará benefícios também às outras cidades que fazem parte da Grande Natal. “Natal vive e sempre viveu com uma grande participação nas atividades de turismo. Em um momento em que tu implementas esse turismo, que o Brasil é o país com maior destino de turismo, nós temos tudo. Nós temos pesca, cataratas, 9.200 km de litoral, temos montanhas, temos turismo radical. Então há um interesse muito grande pelo Brasil e consequentemente essas cidades que estão perto das grandes capitais vão crescendo. São pousadas, restaurantes, vão todas elas se profissionalizando para atender essa demanda”, antecipou.

Em âmbito nacional, João Diniz afirma que o mercado imobiliário está consistente e que ainda há uma demanda reprimida de 5 a 7 milhões de moradias no Brasil e que não há risco de uma bolha imobiliária no País. “O Goldman Sachs Bank disse que alguns países estão norteando para uma crise imobiliária como a Suécia, que só neste ano os imóveis desvalorizaram 8,1%, e também recomendando que EUA, Canadá, Nova Zelândia e Austrália fiquem atentos a esta questão, porque foi concedido uma linha de crédito muito forte, as pessoas compraram imóveis e a inflação nos EUA, Europa e Reino Unido está maior que no Brasil. Então o que acontece? Algumas pessoas estão ficando inadimplentes e o valor dos imóveis está caindo. Mas no Brasil está muito longe disso”, disse.

Diniz também falou sobre o curso – realizado nesta semana e que se encerra nesta sexta 23 – voltado para profissionais que atuam no mercado imobiliário, que vão qualificar pelo menos 50 profissionais. “Para muitas profissões, engenheiros, arquitetos, ela é uma complementação da atividade normalmente feita pelo corretor de imóveis, que é a compra, venda, intermediação, administração de imóveis. Ele tem um mercado que ele pode agregar valor que é o mercado das perícias de avaliações. Isso é extremamente importante porque amplia a possibilidade de rentabilidade para estes profissionais”, finaliza.

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