29/04/2017 | 04:30
O líder da Rede Sustentabilidade, legenda criada pela ex-senadora Marina Silva, Freitas Junior, sustenta que o prefeito agiu com desrespeito em relação à Câmara Municipal, ao não ter transferido o cargo a Raniere Barbosa (PDT), o presidente do Legislativo, já que o vice Álvaro Dias (PMDB) também estava ausente do município. “É desrespeitoso ele não ter transferido o cargo ao presidente da Câmara”, resume.
Freitas faz uma avaliação negativa dos primeiros meses da nova administração de Carlos Eduardo. “É o maior estelionato eleitoral da história de Natal”, diz, lembrando que o prefeito enalteceu, durante o processo eleitoral, que o município estava em boas condições financeiras. No entanto, após tomar posse novamente, declarou que a gestão enfrenta forte crise.
“O prefeito, para continuar gerindo o município, precisou sacar dinheiro da Previdência, colocando em risco a aposentadoria dos servidores, que já têm dificuldades para contribuir. Além disso, vieram atrasos de salários, que não aconteciam na gestão passada”, complementa, ao fazer referência às irregularidades constatadas no fundo previdenciário do município.
TARIFA
Candidato a prefeito de Natal nas eleições de 2016, o porta-voz estadual da Rede Sustentabilidade, Freitas Júnior, considera o reajuste na tarifa de transporte público na capital “extremamente abusivo”. Ele fundamenta a avaliação no fato de que o aumento representa mais que o dobro do índice de inflação no ano de 2016. Enquanto a inflação fechou o ano em 6,29%, o aumento das passagens foi de 15,52%. A tarifa passou de R$ 2,90 para R$ 3,35.
“É um valor abusivo, pois reduz ainda mais o poder aquisitivo do trabalhador e drena o salário mínimo, renda da maioria das pessoas que utilizam o transporte público”, registra Freitas, que obteve apenas 970 votos nas eleições municipais do ano passado. Na oportunidade, Carlos Eduardo Alves (PDT) foi reeleito com 63,42% dos votos válidos.
Além do próprio reajuste, Freitas critica o modo como o aumento foi autorizado pelo prefeito. A mensagem, um Decreto do Executivo, foi publicada na segunda-feira 24 em Diário Oficial, mas com data de quinta-feira 20. Neste período, há informações de que Carlos Eduardo estava em viagem ao exterior – o que lhe impediria de comandar o município.
“Se for comprovado, trata-se de falsidade ideológica. Por causa disso, estamos estudando a possibilidade de pedir o impeachment do prefeito. Vamos pedir a cassação dele”, ressalta.