14/10/2017 | 18:15
Agora, este cenário está prestes a mudar. Isso por que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e o Ministério da Saúde anunciaram a autorização do registro do produto Milteforan, principal medicamento utilizado no tratamento da leishmaniose visceral canina na Europa, no Brasil. Ele deve começar a ser comercializado, através da Virbac, ainda no início de 2017.
A importância do medicamento
A doença já foi detectada em pelo menos 12 países da América Latina, 90% dos casos estão no Brasil. Entre os anos de 2009 e 2013, cerca de 18 mil pessoas foram infectadas. Para cada caso reportado, estima-se que haja 200 cães infectados.
Tal estatística se torna muito preocupante e devido a todo o alarme que existe em torno da leishmaniose visceral, que pode ser fatal. A solução do problema foi, por muitos anos, a eutanásia. Com isso, muitos donos de cães infectados que se recusavam a sacrificar o animal apelavam para o mercado negro. Na maior parte dos casos, o tratamento não era feito da maneira correta.
Atualmente já existe uma vacina de prevenção, mas mesmo assim, muitos animais são infectados. A legalidade do Milteforan traz uma esperança para eles e para os donos.
O uso do Milteforan
O medicamento é considerado a única solução para o controle da leishmaniose quando o assunto é relacionado aos animais domésticos. Isso porque a forma mais eficaz de combater a doença seria o controle do mosquito palha, responsável pela transmissão.
Com príncipio ativo de Miltefosina, o Milteforan é o único produto aprovado para uso veterinário no Brasil. A aplicação é feita de forma oral, o que facilita o trabalho dos donos do animal na hora de dar o remédio.
Ele proporciona visível melhora clínica e uma grande diminuição na carga parasitária presente no sangue do bichinho. Isso diminui considerávelmente as chances de transmissão da doença, mesmo que os parasitas não sejam erradicados.
Por isso, os animais tratados precisam ter monitoramento periódico. A cada quatro meses eles devem ser reavaliados por seus veterinários. Caso necessário, se iniciará um novo tratamento de 28 dias de duração.
“Os médicos veterinários e os proprietários de cães infectados devem assumir a responsabilidade de reavaliá-los e de retratá-los por toda a vida. É um compromisso importante que devem assumir para que se interrompa o ciclo da doença”, explica Valdir Avino, gerente da farmaceutica responsável pela legalização da medicação de tratamento da leishmaniose visceral canina.
Fonte: iG