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Crise
Venezuelanos fazem fila em busca de emprego e comida na fronteira com o Brasil
Segundo dados da PF em Roraima, mais de 6,4 mil pedidos de refúgio de venezuelanos foram registrados de janeiro a junho de 2017. O número representa um aumento de 188%
Inaê Brandão, G1
19/08/2017 | 11:44

Centenas de venezuelanos cruzam diariamente a fronteira entre o Brasil e a Venezuela em busca de trabalho, comida e fugindo do regime político do presidente Nicolás Maduro. As filas de estrangeiros na Polícia Federal em Roraima crescem conforme o agravamento da crise econômica e política no país vizinho avança. O G1 visitou a fronteira nesta quinta-feira (17) e conversou com venezuelanos e brasileiros afetados pela imigração desenfreada.

Segundo dados da PF em Roraima, mais de 6,4 mil pedidos de refúgio de venezuelanos foram registrados de janeiro a junho de 2017. O número representa um aumento de 188% em relação aos 2,2 mil pedidos realizados em todo o ano de 2016. Em 2015 foram feitas 230 solicitações.

A caminhada dos venezuelanos rumo ao Brasil começa na sede da Polícia Federal no município de Pacaraima, ao Norte do estado. A cidade está localizada na fronteira entre os dois países e fica a 200 Km da capital Boa Vista.

Lá eles precisam receber um visto de turismo que autoriza a entrada e permanência no país por 60 dias. A fila começa a se formar às 3h da madrugada. Segundo funcionários do local, o número de imigrantes tentando entrar no país tem aumentado constantemente.

“Todos que estão na fila recebem senha. São centenas por dia”, informou um terceirizado que distribuía as senhas na Polícia Federal. A estimativa é que mais de 200 pessoas sejam atendidas diariamente.

Scarle Vallenilla, de 23 anos, e Saul Sifontes, de 23 anos, eram os primeiros da fila. Eles chegaram ao local às 3h da madrugada.
“Somos de Puerto La Cruz e estamos indo para Boa Vista. Na Venezuela não há comida nem emprego. Vamos tentar trabalho, alugar uma casa. Espero que daqui para frente esteja melhor que daqui para trás”, disse Saul, apontando para o Brasil.

O comerciante Valter Pegararo, de 43 anos, esperava na fila para obter a permissão de entrada no Brasil. Ele e a esposa são de Ciudad Bolívar, a quase 1000 Km da fronteira e viajam mensalmente oito horas para comprar alimentos em Roraima.

O relato de Pegararo é igual ao de outras dezenas de venezuelanos. “Não há comida. O que tem é muito caro”. A solução para o problema também é pedida em coro. “Tem que trocar o governo [Nicolás Maduro] e esperar que as pessoas que foram embora do país voltem. São pessoas de bem”.

Homer Martinez, de 25 anos, era técnico superior em eletrônica em Ciudad Bolívar. Ele conta que está fugindo do regime do presidente Nicolás Maduro e que já foi baleado pela Guarda Nacional Bolivariana.

“Os guardas me deram um tiro. Havia uma revolta do povo e eu estava na frente da minha casa. Eles [Guarda Nacional Bolivariana] me agarraram e começaram a me golpear. Se não fosse pela minha mãe e meus vizinhos teriam me levado preso”, contou.

Nos últimos quatro meses os protestos na Venezuela já deixaram mais de 120 mortos.

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