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Revitalização

Empresas do Porto Digital de Recife (PE) faturaram mais de R$ 2,3 bilhões em 2019

Projeto para recuperar a região próxima do terminal portuário da capital pernambucana, que pode servir de inspiração para a requalificação do bairro da Ribeira, em Natal, contabiliza 339 empresas de tecnologia que empregam mais de 11 mil pessoas
Redação
13/02/2020 | 05:00

O arquiteto Gustavo Rocha perdeu o nascimento de um “filho” nesta quarta-feira (12). Enquanto iniciava a palestra para o Seminário Internacional Agora Natal, iniciativa do Grupo de Comunicação do Agora RN, que aconteceu no auditório do Hotel Barreira Roxa, na zona Sul de Natal, ele aguardava as notícias sobre a inauguração de uma creche na Rua da Moeda, no Centro Histórico do Recife (PE), em mais uma ação de revitalização promovida pelo núcleo gestor do Porto Digital, o parque tecnológico que recuperou a degradada região portuária da capital pernambucana.

“Enquanto estou aqui, eu estou perdendo o nascimento de um filho. O prédio [creche] foi inaugurado hoje, mas não estou lá para ver isso”, lamenta ele, enquanto abria as atividades do seminário, que trouxe para Natal, além de Gustavo Rocha, importantes nomes da arquitetura e urbanismo do Brasil e de Portugal.

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Ele explica que a nova unidade escolar será destinada para a mães que trabalham nas empresas do parque tecnológico do Porto Digital – são 339 empresas atuando hoje no local. O prédio que vai receber a escolinha fazia parte da Secretaria Estadual de Administração de Pernambuco, mas ficou abandonado por mais de 10 anos. As reformas foram iniciadas em 2017 e foram encerradas no início deste ano.

O imóvel foi cedido pelo governo pernambucano, foi reformado e as aulas serão ofertadas, após fechamento de parceria, pela Secretaria de Educação do Recife. “A fachada do novo prédio é ativa. Terá espaço para empreendimentos comerciais. A ideia é fazer com as que as pessoas circulem e que a rua tenha vida”, disse.

O Porto Digital foi iniciado em 2000. A ação partiu de parcerias entre a Prefeitura do Recife, Governo do Estado de Pernambuco, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e instituições privadas do setor de tecnologia. O objetivo inicial era fomentar a abertura de novas empresas, gerar empregos e – como principal motivo – manter os “cérebros” em terras pernambucanas. “Os alunos se formavam e tinham de ir para outros locais em busca de emprego”, comentou Gustavo Rocha.

Segundo ele, o Porto Digital é uma política pública que contou, em sua partida, com R$ 33 milhões em recursos do Governo de Pernambuco. O dinheiro foi utilizado para implementação de infraestrutura e condições necessárias para a operação. Para implantar o modelo de governança e os projetos estruturadores, foi criado o Núcleo de Gestão do Porto Digital (NGPD), associação civil sem fins lucrativos, qualificada como Organização Social (OS) pelo Governo de Pernambuco e pela Prefeitura do Recife.

No início das atividades, o Porto Digital contava com apenas 50 pessoas. Hoje, 20 anos depois, são 339 empresas, 11 mil pessoas empregadas e o faturamento de R$ 2,35 bilhões. A iniciativa espera, dentro de um prazo de cinco ano, reformar outros 100 mil metros quadrados.

Gustavo Rocha explicou que a primeira medida foi a de requalificar o tecido urbano central, cultural e histórico da região portuária de Recife. O parque tecnológico foi instalado em uma espécie de ilha, nas proximidades do bairro de Santo Antônio. “Em 2000, uma lei municipal determinou que as empresas de tecnologia que se instalam na região têm isenção de 60% no ISS. Logo, várias empresas passaram a se instalar”, comentou.

Ainda de acordo com ele, o processo de revitalização da capital pernambucana pode ser aplicada em Natal. “Algo semelhante pode ocorrer na Ribeira, mas é preciso ter conhecimento dos espaços que podem ser ocupados. O desafio é identificar o melhor arranjo produtivo local. Tem que saber as demandas e oportunidades da região”, justificou.

Ele reforçou, também, a importância da formação de parcerias entre poder público, instituições de ensino e pesquisa e setor privado para a promoção de políticas públicas para a requalificação de áreas degradas. “Não é um projeto de governo, mas uma política pública – e não pode haver descontinuidade”, ressaltou.

Ele lembrou, durante o Seminário Internacional Agora Natal, que a maior dificuldade para implantar a parque tecnológico foi a de “rasgar” o tecido urbano para implanta a nova infraestrutura. “Não foi fácil, pois tivemos de dialogar com os órgãos responsáveis pela preservação histórica, como o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Foi um desafio enorme. Qualquer ação em área consolidada é muito difícil”, detalhou. Isso porque 25% da área utilizada pelo Porto Digital é tombada.

Em 2000, a iniciativa começou com uma ação para revitalizar os imóveis fechados dentro da ilha. Os locais foram adquiridos pelo Governo do Estado. Além disso, a ação motivou ao setor privado a adquirir outros prédios e a reformá-los.

Durante a palestra, ele apresentou diversos projetos executados de revitalização predial. Um dos maiores exemplos é o da reforma da antiga sede do Banco do Estado de Pernambuco. O governo estadual cedeu o imóvel, o Porto Digital obteve os recursos e o local hoje é um grande prédio comercial.

O arquiteto também comemorou o fato que a ocupação do terreno do parque tecnológico está de espraiando para os bairros vizinhos à ilha. “Algumas coisas demoram, e temos que entender isso. Mas é preciso começar a ação”, comentou.

A requalificação dos espaços, com a chegada de empreendimentos comercias, empresas tecnologia e imóveis habitacionais, trouxe melhor qualidade de vida, revitalizou o Centro Histórico.

“As pessoas circulam despreocupadas com computadores, tablets e celulares de R$ 4 mil. Isso acontece porque o bairro é habitado e há serviços”, finalizou.

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Arquiteto Gustavo Rocha é superintendente de Infraestrutura do Porto Digital. Foto: José Aldenir/Agora RN

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