Ao contrário de antigamente, quando muita gente enriquecia economizando parafusos, ninguém fica mais rico poupando caraminguás. Mas isto não significa que economizar tenha saído de moda, embora não seja o forte do brasileiro poupar, exceto se o dinheiro estiver entrando e muito. Economizar com pouco, portanto, é o desafio. Precisa de disciplina e cabeça boa. E a pessoa que se propuser a isto deve estar blindada contra as frequentes sabotagens da família e até dos amigos.
É preciso entender que o Brasil não vive apenas uma crise institucional, a economia não decola há tempos e é aí que entra a tal economia dos caraminguás.
Desde que seja feita com método e constância, poupar um pouquinho todo o mês pode não te deixar rico, mas vai facilitar sua vida em momentos decisivos se, ao invés dos dez centavos esquecidos dentro da gaveta, você conseguir guardar, digamos, R$ 50,00 todo mês. Depois, quem sabe, R$ 100, como se os R$ 50 de antes não fossem mais suficientes.
Experimente esse vício dos sovinas. Que sabe ele não salva a sua vida.
Trocar de carro, não faça
Financiar dívidas de longo prazo, embora inevitável para a grande maioria das pessoas, é o que não se faz num país como o Brasil onde o preço do dinheiro é criminoso. Se você não conseguiu escapar da hipoteca da casa – afinal, são poucos os que conseguem isto no mundo –, pelo menos não caia na esparrela do zero km. Pagar durante cinco anos um carro novo, sabendo que no final das prestações você terá comprado dois carros e meio, enquanto ainda morre com o combustível e a manutenção, é uma das situações frequentes que não deveriam acontecer.
Como é: recessão técnica?
Pois saiba, existe!
A economia brasileira, por exemplo, corre o risco de adotar uma já no primeiro semestre ao registrar dois trimestres consecutivos de queda do Produto Interno Bruto (PIB). O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) divulgado esta semana pelo Banco Central (BC) aponta retração de 0,68% da economia nos primeiros três meses de 2019, em relação ao quarto trimestre de 2018. Já é o bastante pra soar o alarme. Vermelho.
O bom e velho desemprego
O desemprego subiu em 14 das 27 estados brasileiros no primeiro trimestre deste ano, aponta o IBGE. As maiores variações se deram no Acre, Goiás e Mato Grosso do Sul. As maiores taxas de desemprego foram registradas no Amapá (20,2%), Bahia (18,3%) e Acre (18%). As menores, em Santa Catarina (7,2%) e Paraná e Rondônia, ambos com 8,9%.
Nevaldo e Parnamirim
O empresário potiguar Nevaldo Rocha, fundador do grupo Guararapes, figura no portal Money Report na ‘Galeria de Notáveis – Líderes que inspiram com fortuna estimada em R$ 8,75 bilhões. De vendedor em uma relojoaria ao hall da fama empresarial, foi em Parnamirim, durante a Segunda Grande Guerra, que “seo” Nevaldo viu sua primeira grande oportunidade de fazer dinheiro, aproveitando a presença econômica de militares brasileiros e americanos da época. A venda de relógios fez que conseguisse o capital para comprar o estabelecimento onde trabalhava.
Midway
Por falar em Nevaldo Rocha, o grande shopping que ele empreendeu em Natal continua com os andares de estacionamento gratuitos ao público, mesmo depois dele ter deixado a presidência do grupo para o filho, Flávio. Muita gente apostava que, quando isso acontecesse, a primeira coisa que aconteceria seria cobrar pelas vagas, coisa que acontece com todos os shoppings do país, pequenos, médio e grandes. É uma mina de outro desativa, avalia a concorrência.
Nem tanto e nem tanto quanto
Não bastasse a crise e a demora na aprovação de reformas estruturais, agora as forças antagônicas do País resolveram debater a invenção da roda. Enquanto uns dizem que só o Estado brasileiro pode salvar o Brasil neste momento, outros sustentam que mais do mesmo pode afundá-lo de vez se não começarmos por uma reforma da Previdência. Na dúvida, vamos olhar a crise da Argentina, cujo presidente tentou e fracassou na tarefa de fazer asa principais reformas. Segundo o Indicador de Comércio Exterior (Icomex), da FGV, a balança comercial com a Argentina já passou de superavitária para deficitária em US$ 3,1 bilhões.